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14/09/20

Auxílio emergencial e impactos econômicos em pauta

O auxílio fez com que “as pessoas sobrevivessem e tivessem condições de até mesmo fazer sobreviver o comércio local”, afirmou presidente dos economistas em live.

 

 

 

 

O presidente do Sindicato dos Economistas no Estado de São Paulo (Sindecon-SP), Pedro Afonso Gomes, falou sobre o auxílio emergencial e os impactos econômicos deste benefício na live da Agência Sindical, conduzida pelo jornalista João Franzin, em 2 de setembro.

 

O valor de R$ 600,00 do auxílio, conforme contou Gomes, pode parecer irrisório, mas chega a ser superior a média de renda das cidades mais pobres do País. “Isso não significa que seja algo para que a pessoa sobreviva de forma usual [...] a pessoa começa a ter a obrigação de fixar prioridades de gastos. Ela vai adiar o que pode até voltar a ter salário”, declarou o economista. A situação se agrava com a redução do benefício proposta pelo governo, cortado pela metade para as parcelas até dezembro.

 

O auxílio, declarou Gomes, fez com que “as pessoas sobrevivessem e tivessem condições de até mesmo fazer sobreviver o comércio local”, enfatizando a importância da medida no momento de crise econômica e sanitária em que o País se encontra.

 

Clique aqui e confira a live na íntegra, na página do Sindecon-SP no Facebook. Veja também os principais pontos abordados na entrevista:

 

Gastos – Segundo Gomes, alimentação é o gasto majoritário dos beneficiários do auxílio emergencial. “Os pagamentos de conta de luz, água, foram parcelados, ou seja, adiados o que é um outro problema para se resolver depois [...] Também temos a questão dos bancos que foram parcelando os débitos eventuais que existiam. Só que alimentação você tem que gastar, não adianta, alimentação é essencial”.

 

Renda mínima – Com o auxílio emergencial volta à pauta um programa de renda mínima cidadã para os brasileiros. Gomes apontou à necessidade de redirecionamento dos gastos públicos. Comparou: “O PIB [Produto Interno Bruto] brasileiro é na ordem de R$ 330 bilhões por mês. Nesses cinco meses foi liberado em torno de 15% do PIB [com o auxílio]. Para manter essa situação como permanente, o governo teria que se desfazer de outros despendes. Por exemplo, nesse mesmo período foi pago R$ 550 bilhões de juros, e quem recebe juros são apenas os que emprestam ao governo. Então teria que mudar a prioridade”.

 

Emprego – O presidente dos economistas de São Paulo afirmou que para além da mobilização pela manutenção do auxílio emergencial, é preciso lutar por empregos no futuro. “O auxílio está sendo pago a quase o dobro de pessoas com carteira assinada. O movimento sindical deve reivindicar a continuidade do valor, mas precisa enxergar que isso uma hora acaba. E o que interessa é gerar de novo emprego”, opinou.

 

Arrecadação – Outro ponto explorado na live foi a arrecadação do governo com a circulação do valor de R$ 600,00. Gomes explicou: “todo gasto do governo é multiplicado por cinco na economia. Não é magica, é que um compra do outro, o padeiro do fornecedor de farinha, que compra do produtor de milho e assim vai. O governo recebe mais do que entregou. Em R$ 600, multiplica por cinco, e acrescenta 20%, 25% de imposto. O governo vai receber de volta R$ 700 de impostos, por causa dessa sequência de transações que vão ocorrendo. Esse é o multiplicador que a gente usa nas despesas de governo quando estuda setor público na faculdade de economia”.

 

Mercado interno – Os debatedores foram categóricos quanto ao mercado interno como indispensável e vetor imprescindível de desenvolvimento. Gomes criticou, por sua vez, a concentração de renda. “Quem ganha muito não gasta na mesma proporção [...] o dinheiro fica parado, não ajuda no desenvolvimento, não ajuda a gerar novos postos de trabalho”, afirmou.

 

Educação financeira – A liderança afirmou que mesmo em tempos de crise, é importante ter um controle e poupar, mesmo que uma pequena quantia, um valor para o futuro. “Porque numa situação como essa, todo mundo desesperado porque não tinha o que comer, e não é só o trabalhador, muitas empresas estavam nessa situação de não ter recurso para continuar sua operação. Então eu penso que educação financeira, por mim, seria matéria obrigatória na escola como é matemática, português, biologia, geografia. Porque a vida material da pessoa não é a coisa mais importante que existe, mas certamente é aquilo que faz com que ela consiga levar a vida.”

 

Crédito a micro e pequenas empresas – Os créditos que seriam viabilizados aos pequenos negócios, medidas também devido a pandemia, não chegaram, na avaliação de Gomes, aos que mais precisavam. As empresas que tinham financiamentos em vigor, conforme ele contou, eventualmente conseguiram fazer uma renegociação de parcelas. Mas novos empréstimos estão sendo impossibilitados pelas próprias instituições financeiras. “Os bancos não tiveram nenhuma atitude para cumprir o que é constitucionalmente o papel deles. No artigo 192 da Constituição está escrito que o sistema financeiro nacional é feito para contribuir com o desenvolvimento igual ou igualitário de todo o território nacional”, ele ponderou.

 

 

 

 

 

 

 

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