Qualidade dos serviços públicos em pauta
Em discussão, as estratégias para um salto qualitativo: valorização profissional e uso eficiente de recursos
Organizado pela CNTU, teve início na manhã desta sexta-feira (13), na sede do Seesp (Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo), na Capital paulista, o seminário intitulado “Do serviço público que temos ao que queremos – um novo Estado para um Brasil empreendedor”.
Na abertura, que reuniu cerca de 150 pessoas, o presidente da confederação, Murilo Celso de Campos Pinheiro, apontou a atualidade e premência do tema: “No momento em que discutimos desenvolvimento sustentável para o País, engatamos o necessário debate sobre serviço público de qualidade.”
Na sua ótica, aprimorá-lo requer a valorização do profissional que trabalha nesse segmento e carrear recursos às áreas que engloba, tais como saúde, saneamento básico, educação, transporte público. Indicar caminhos para tanto é o que se propõem as entidades nacionais que a CNTU congrega, ao que o seminário serve de instrumento.
Com esse intuito, suas conclusões serão sistematizadas em documento a ser apresentado e discutido com a sociedade brasileira, garantiu Pinheiro. O momento, na ótica das autoridades e personalidades presentes à abertura, não poderia ser mais oportuno. “Daqui sairão diretrizes que poderão se transformar em propostas aos candidatos nas eleições de 2010”, enfatizou Antonio Augusto de Queiroz, o Toninho, diretor de documentação do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar).
Conforme ele, existe uma carência muito grande de contribuições da sociedade nesse sentido e o movimento sindical tem bastante a oferecer. Inclusive existem recursos à espera de projetos, complementou. Para Maria das Mercês Silva Lira, coordenadora executiva do Gespública (Programa Nacional de Gestão Pública) em São Paulo, é necessário realizar esses pactos em busca da melhoria desejada.
Desafios
O secretário municipal do Trabalho de São Paulo, Marcos Cintra, destacou a necessidade de qualificação das carreiras públicas e valorização da gestão. Além disso, é fundamental separar serviço de política, de modo que haja continuidade e estabilidade nas ações, disse.
Para o deputado estadual de São Paulo Simão Pedro (PT), eficiência no serviço público passa pela retomada do papel do Estado, que vem ocorrendo, o qual não pode abrir mão do seu papel de planejador, regulador, fiscalizador e indutor de investimentos e políticas públicas – como o fez no período áureo do neoliberalismo.
O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) destacou que o Brasil saiu da crise – que justamente foi consequência desse ideário do Estado mínimo até pouco tempo dominante – aproveitando as oportunidades e que esse é o momento de pensar um projeto de nação.
Para Allen Habert, diretor de articulação nacional da CNTU, esse tem a ver com garantir habitação, saneamento, saúde, educação melhores e para todos até 2022. Somente assim, o País poderá sair da posição de décima economia do mundo para a quinta – como se prevê –, mas não sustentado em pés de barro.
Também compuseram a mesa de abertura os representantes das federações nacionais que compõem a CNTU – Edson Roffé (Economistas), Célia Chaves (Farmacêuticos), Zaida Maria de Albuquerque Diniz (Nutricionistas) e José Roberto Cardoso Murisset (Médicos), além dos engenheiros –, o secretário adjunto de Estado de Esporte, Lazer e Turismo de São Paulo, Flávio Brízida, o diretor da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Thomas Zanotto, e o vereador paulistano Jamil Murad (PCdoB-SP).
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