30/05/16

Luta da previdência deve ser também pelo SUS

Presidente da Fenafar faz alerta ao movimento sindical para somar à mobilização da defesa da previdência pelo combate as ameaças contra o direito universal à saúde, que só pode ser assegurado pelo SUS

Ronald Ferreira dos Santos, presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e da Fenafar, pediu ao movimento sindical que preste muita atenção às ameaças de desmonte da saúde e que faça a defesa do SUS junto com a luta da previdência.

Em um alerta às centrais sindicais, ele aponta a tendência a concentrar a pauta sindical na previdência, que é decisiva, mas é preciso perceber que, enquanto isto, a saúde dos trabalhadores e trabalhadoras está sendo roubada.

Em um seminário promovido pela CTB sobre o tema da previdência, ele ressaltou que "proteção é importante, mas a promoção da saúde também deve ter atenção especial - é dever fundamental do estado, assim como a assistência social e a previdência".

Ronald abriu a tarde de palestras destacando a importância de se debruçar sobre a seguridade social neste momento singular da história do Brasil. "É necessário este aprofundamento para que se possa fazer o enfrentamento desta onda conservadora, que busca retirar direitos e jogar a carga da crise capitalista nas costas da classe trabalhadora", afirmou.

Em defesa do direito universal à saúde, garantido hoje pelo SUS, ele lembrou que o ministro provisório afirmou em entrevistas ser preciso "reduzir o SUS" e que a Constituição de 1988 tem "direitos demais e poucos deveres".

A luta da saúde e da previdência também deve se somar quando o foco é a população idosa. Para Ronald, com o aumento da longevidade da população brasileira, "caminhamos do paradigma da cura ao paradigma do cuidado, e isto exige a ampliação do conceito de saúde e, consequentemente, do Sistema Único de Saúde".

Odontologistas se manifestam

O presidente da Federação Interestadual dos Odontologistas (FIO), José Campos Sobrinho, participou na segunda-feira, na sede do CNS, em Brasília, da Reunião Ampliada da Comissão Intersetorial de Recursos Humanos (CIRH). A reunião contou com a participação de representantes de entidades associativas ligadas à saúde e à educação e ao trabalho em saúde, além de Conselhos e usuários do SUS.

A pauta apresentada pelo presidente do CNS, Ronald Ferreira dos Santos, foi também a de ampliar e unificar a luta em defesa do SUS, contra as ameaças de corte no orçamento da saúde.

Para Sobrinho, é com esse tipo de encontro que o movimento sindical definirá "ações concretas visando à construção de uma saúde pública de qualidade, diante de tantas ameaças que o segmento sofre, como a terceirização e os cortes orçamentários".

De acordo com os participantes, somam-se as lutas do trabalho, da saúde e da educação para manter o que foi conquistado na Constituição de 1988.

Redação CNTU, com Portal CTB, Fenafar e Fio