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09/03/15

A Mulher e a Ciência e Tecnologia

Aldo Rebelo, ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação

Ministro celebra cientistas brasileiras,mas lamenta que ainda são pouquíssimas as mulheres à frente de instituições de pesquisa e menos ainda na administração pública e centros de pesquisa.

 

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Foi na década de 1960 que a agrônoma Johanna Döbereiner revolucionou a produção de soja, quando descobriu uma tecnologia inovadora que acabou com a nossa dependência da adubação nitrogenada, única forma existente na época de proteger o plantio. Seu trabalho de fixação biológica do nitrogênio significou uma economia anual de cerca de U$ 1,5 bilhão aos produtores de soja. E barateou os alimentos, aumentando o bem-estar das pessoas.

Nascida na antiga Tchecoslováquia em 1924 e naturalizada brasileira, essa agrônoma é uma das cientistas brasileiras mais citadas pela comunidade científica mundial. Por obra de nosso saudoso companheiro Eduardo Campos, então ministro da Ciência e Tecnologia, o seu nome batiza uma praça que ladeia o prédio do MCTI, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

Ao se comemorar o Dia Internacional da Mulher, 8 de março, a lembrança de Johanna é inspiradora. Assim como a notícia recente sobre a escolha de duas cientistas brasileiras, Thaisa Bergmann e Carolina Andrade, para receber o prêmio L`Oréal-Unesco para Mulheres na Ciência.

Indicadores afirmam que as cientistas do Brasil se multiplicam nas carreiras pedagógicas associadas à Ciência, Tecnologia e Inovação. São numerosas nas universidades e em organizações corporativas como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC), onde, por sinal, têm participação maior que as americanas na entidade congênere dos Estados Unidos.

Uma das cientistas mais famosas é a polonesa Maria Skłodowska, que depois de incorporar o nome do marido Pierre e a nacionalidade francesa, recebeu como Marie Curie dois prêmios Nobeis, o de Física, em 1903, dividido com o esposo, e o de Química, em 1911. Mas o trabalho que mais comoveu o grande público foi o da zoóloga americana Dian Fosse, estudiosa e protetora de primatas na África, interpretada por Sigourney Weaver no filme Na montanha dos Gorilas. Há outras e tantas, porém a lista de mulheres cientistas-celebridades ainda é proporcional à pequena presença feminina no laboratório.

Elas, como em todas as áreas onde têm ingressado, com dedicação e disciplina, se destacam em seu espaço de atuação com contribuições relevantes para a Ciência. E, portanto, para o conhecimento e o progresso da Humanidade. Honram o caminho aberto pela filósofa, astrônoma e matemática Hipácia de Alexandria do século IV. Hoje, no Brasil, têm maior visibilidade nas Ciências Sociais. Nas Exatas e Biológicas, uma lista sumária do CNPq, com o perigoso risco de omissões indesejadas, cita como pioneiras, além de Johanna, a física Elisa Frota Pessoa, a matemática Elza Furtado Gomide, a botânica Graziela Maciel Barroso, a parasitologista Maria José von Paumgartten Deane, a bióloga Marta Vanucchi, a física Neusa Matos, a psiquiatra Nise da Silveira, a agrônoma Vitória Rosseti, a bióloga Berta Lutz, a bióloga Ruth Nussenzweig, a física Sonja Ashauer, a química Blanka Wladislaw, entre outras.

Contudo, a exemplo de outros ramos de atividade, as cientistas brasileiras ainda não desfrutam de protagonismo. São pouquíssimas as mulheres à frente de instituições de pesquisa e menos ainda na administração pública e centros de pesquisa. Quando o então presidente Lula deu posse ao Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, em 2003, chamou-o de “Clube do Bolinha”, pois dos 24 integrantes havia apenas uma mulher, reitora de universidade. Hoje, são 41 membros e somente cinco mulheres – três incluídas de ofício pelo cargo: a presidente da República, a ministra da Agricultura e a presidente da SBPC, como titulares. Completam a lista a economista Maria da Conceição Tavares e a física Márcia Cristina Bernardes Barbosa, como suplentes.

À frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, vamos identificar as razões da quase invisibilidade das mulheres nesse campo. Sabemos que o problema é universal e que em nenhum país existe paridade. Mas devemos ampliar as oportunidades para que mais mulheres possam ser protagonistas das mudanças que contribuem para elevar o padrão de vida dos povos. Nesse dia festivo, homenageio as mulheres que dão à Ciência e à Tecnologia seus momentos mais admiráveis. E saúdo a todas elas, que, de forma cada vez mais expressiva, inovam o mundo nos setores social, político e econômico. Parabéns às mulheres!



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