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15/04/16

Ação sindical permanente

João Guilherme Vargas Netto

Escrevo hoje, sexta-feira 15 de abril e até domingo haverá muita negociação republicana sobre os votos dos deputados; o jogo ainda não foi jogado.

A mídia, no entanto, já dá como certo o resultado da votação, discute a composição do novo governo (mesmo que a sua efetivação não seja imediata) e tenta criar, junto com Eduardo Cunha, o efeito manada. Para mascarar a  artificialidade do processo há que respeitar os rituais e embotar o fio dos cortes da Lava-Jato.

Uma tragédia se desenha para o País, qualquer que seja o resultado.

E, falando em tragédia, releio com atenção a do Rei Lear, abandonado por duas filhas e por cortesãos dissimulados e ávidos. Somente o bobo da corte o acompanha com lealdade e acidez:

 

Aquele que serve e lucro procura

 E segue apenas por formalidade,

         Se começar a chover, arruma a trouxa

e te abandonará na tempestade.

Mas eu não partirei; o bobo fica,

         Que fuja o que se diz homem sensato.

O velhaco que foge bobo vira,

    Mas o bobo conserva o siso intato.

 

E o movimento sindical dos trabalhadores?

Diferente das representações sindicais dos empresários que após se beneficiarem, até mesmo dos erros do governo, se põem contra a presidente e articulam descaradamente o seu impedimento (com raras exceções), os trabalhadores, em sua apreensão, têm apoiado as ações de seus sindicatos que insistem majoritariamente em apresentar plataformas contra a recessão e em defesa dos direitos conquistados e exercidos, como o Compromisso pelo Desenvolvimento e o Compromisso para Transformar o Brasil.

Até mesmo a única manifestação relevante de sindicatos em defesa do impedimento aprovou uma pauta de reivindicações para o futuro governo que colide frontalmente com tudo aquilo que é anunciado pelos beneficiários da crise política.

Dirigentes sindicais ligados ao PMDB, embora se manifestem divididos sobre o impedimento, são unânimes em defender as posições unitárias do movimento sindical, com insistência naquelas que também colidem com os propósitos governamentais do partido.

Os dirigentes sindicais em sua unanimidade não querem, de verdade, que os trabalhadores paguem o pato.

Há luminosidade no fim do túnel, desde que o movimento mantenha, apesar do trauma da ruptura, sua dinâmica unitária e garanta sua representatividade entre os trabalhadores, nas empresas, nas negociações, nas ruas e na ação sindical permanente e organizada.

 

 

João Guilherme Vargas Netto é consultor sindical da CNTU e FNE.

 

 

 

 

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