Educação de excelência para um país rico e uma Nação soberana
Apesar do quadro ruim quando o assunto é educação, o Brasil é exemplo de excelência em diversas competições internacionais do saber. É o que aborda conselheiro da CNTU em artigo.
Artigo - Respeito à Constituição
Para o movimento sindical brasileiro não vigora a máxima de que tudo deve mudar para que tudo continue na mesma. As mudanças, que já ocorreram e que estão ocorrendo, vieram para ficar e já impedem que tudo continue como antes.
Examinemos os artigos 8º (e seus nove parágrafos), 9º (e seus dois parágrafos), 10º e 11º da Constituição. Os princípios que determinam a estrutura e os direitos da organização sindical consistem na liberdade sindical limitando a interferência do Estado (exceto no reconhecimento público das entidades), na unicidade sindical (e na pluralidade nas cúpulas, segundo interpretação constitucional posterior), na defesa dos direitos coletivos e individuais da categoria (representada em sua totalidade pelos sindicatos), no poder das assembleias dos trabalhadores de fixar contribuições descontadas em folha, na liberdade de filiação ou não dos trabalhadores aos sindicatos, na obrigatoriedade da participação dos sindicatos nas negociações coletivas, no direito de participação dos aposentados, no respeito ao emprego dos dirigentes sindicais, no direito de greve (com limitações reguladas por lei), na participação em colegiados trabalhistas e previdenciários e no direito à eleição de representante em empresa com mais de 200 trabalhadores.
Estes são os direitos sindicais inscritos na Constituição e deve se constatar que todas as agressões cometidas contra eles configuram o programa em curso de desmantelamento da organização sindical (por exemplo, o fim abrupto das contribuições compulsórias ou as limitações do poder das assembleias).
Frente às agressões já praticadas e muito mais ainda frente ao programado ataque concentrado aos artigos citados da Constituição o comportamento das direções sindicais pode ser o de ignorá-los e aferrar-se às práticas correntes, ou de antecipar-se às agressões propondo desde já adequações detalhadas favoráveis ou o de resistir em defesa dos princípios constitucionais.
A única coisa que não deve ser permitida é o estabelecimento, a partir das dramáticas situações negativas atuais, de uma proposta para o futuro que venha a auxiliar o governo, as forças reacionárias e o patronato lumpen a desmantelar – abruptamente e de maneira duradoura – o arcabouço da estrutura e dos direitos inscritos na Constituição.
Quaisquer mudanças para pior devem ser enfrentadas e isto exige, juntamente com o respeito à Constituição, que o movimento corrija desde já práticas costumeiras que, agravando a crise de representação, fortalecem o trabalho destrutivo dos adversários.
*Consultor sindical
Artigo - A cabeça nas nuvens ou os pés no chão
Eu não soube nunca de um exército derrotado que tentasse impor os termos da rendição aos vitoriosos.
E é isto, me parece, que algumas direções sindicais andam tentando fazer ao se debruçarem com uma insistência desmoralizadora sobre o projeto de uma futura organização sindical.
Desconhecem o estrago já causado nas fileiras sindicais pela recessão, pela deforma trabalhista e pelo governo Bolsonaro e insistem em documentar qual seria uma proposta vantajosa para o movimento sindical a ser apresentada às centrais sindicais e discutida com elas e com a CNI para orientar a ação no Congresso.
Não percebem que para as entidades patronais, para a burguesia e para o governo o único brinde que o sindicalismo merece é uma mistura de Activia com Johnnie Walker (segundo um meme famoso).
Ao invés de cabeça nas nuvens eu proponho que mantenhamos os pés no chão.
Isto pressupõe, ao invés de um detalhamento utópico e diversionista sobre o futuro, o estabelecimento desde já de alguns princípios de resistência e de contenção de danos capazes de unificar nossas posições.
Em primeiro lugar é preciso resistir ferozmente contra o desmanche sindical que já está em curso e ao fazê-lo aproximar-se das bases representadas que resistem às agressões que os trabalhadores sofrem.
Deve-se também tomar medidas imediatas que encaminhem soluções práticas – financeiras, orgânicas e políticas – capazes de fazer as entidades avançarem em direção àquilo que melhor lhes serve na conjuntura e além dela (unidade de ação, incorporações, fusões, economias de escala, representações e negociações compartilhadas etc).
Um princípio vital a ser defendido e mantido é o da representação total de categoria (com limite de município) não se admitindo a diferença de representação entre associados ou não ao sindicato, nem a discriminação dos resultados.
A defesa de recursos financeiros coletivos e legais para as entidade é um ponto de honra. Esses recursos, provenientes dos trabalhadores, devem ser razoáveis, decorrentes da representatividade e das negociações coletivas e aprovados em assembleias dos trabalhadores.
E, por último, deve se exigir e garantir que quaisquer mudanças a serem feitas o sejam de forma gradativa, obedecendo a um período de transição conveniente.
Mais que detalhamentos que podem nos dividir e que seguramente nos comprometerão no curso das discussões estes cinco princípios nos fazem tirar a cabeça das nuvens e manter os pés no chão.
*Consultor sindical
Artigo - Sobre Setembro Amarelo e as boas intenções
Freud diz que a morte é um conceito abstrato sem nenhum correlativo no inconsciente. Isso quer dizer que não temos inscrição psíquica para a morte. Ou seja, quando alguém diz que quer morrer, essa pessoa não está mesmo querendo morrer, porque a gente não sabe o que é a morte, para querê-la. O que se apresenta como desejo de morte, então, é o desejo de cessar a dor, de parar o sofrimento, de estancar a angústia.
Em tempos em que medicamos quase tudo cedo demais, temos que tomar cuidado para não retirar do sujeito em sofrimento a possibilidade de fala. Os medicamentos, quando necessários, precisam atuar em favor de um trabalho psíquico.
No caso de um trabalho de análise, é preciso transformar sofrimento em palavra. É claro que falar de uma dor não é o mesmo que eliminá-la, por vez pode até aumentá-la temporariamente, mas é preciso apostarmos em algo. E uma vez que somos sujeitos de linguagem, afetados pelo Outro, não há nada que nos segure na vida a não ser o laço com os outros. "Sentido da vida" é um verbo que se conjuga na relação com as pessoas da nossa história.
Diferentemente dos animais, que nascem prontos para viver, nós, humanos, nascemos prontos para morrer. São nossos pais, mais especialmente nossa mãe (ou quem faz a função materna), que decide nos fazer viver: nos ama, nos deseja, nos alimenta, nos aliena no campo do desejo dela, primeiramente (e depois, na melhor das hipóteses nos ajuda a promover uma separação), e assim nos propicia isso que a gente chama de vida: um desvio na morte.
Não há notícias de um ser humano sequer que tenha escapado em definitivo da morte, e é próprio do nosso psiquismo imaginarmos, ou mesmo desejarmos nossa morte, em alguns momentos.
É só na medida em que simbolizamos esse desejo de morte, que ele pode se transformar em desejo de vida... enquanto ela houver.
É preciso que haja escuta qualificada e muito cuidado na condução do tratamento.
A grande importância do setembro amarelo está na oferta de espaços para falarmos disso. Porque quando a angústia escoa pela palavra, ela já não tem a mesma força. Aquilo que vira palavra se torna material de trabalho, mas com aquilo que não tem palavra para dizer, tem-se muito pouco a fazer, é do reino da pulsão de morte.
Os estudantes de psicologia, em geral, muito bem intencionados, se disponibilizam via redes sociais, a conversar sobre isso com quem desejar. Então, meu pedido aqui é: cuidem com as "boas intenções" nesse setembro amarelo. Não basta papear um pouco inbox com alguém que está inundado em angústia. E, frequentemente, a tentativa de animar alguém, pode ter efeito contrário e a pessoa se sentir ainda pior e mais inadequada. Não encarnemos o "coach quântico da moda" com frases motivacionais que se tornam vertentes mortíferas do superego.
Recomendemos ajuda profissional a quem precisa!
Ana Suy bonecoAna Suy Sesarino Kuss é doutoranda em Pesquisa e Clínica em Psicanálise pela UERJ. Mestre em Psicologia pela UFPR (2014). Possui graduação em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (2007) e pós-graduação em Psicologia Clínica - Abordagem Psicanalítica pela Pontifícia Unversidade Católica do Paraná (2009). Trabalha com atendimento psicanalítico em consultório, é professora da graduação do curso de Psicologia do Centro Universitário Unibrasil e de várias pós-graduações. Autora dos livros "Amor, desejo e psicanálise" (publicado pela Editora Juruá - 2015) e "Não pise no meu vazio" (pulicado pela Editora Patuá - 2017). Artigo publicado em perfil de rede social @anasuy.
A comemoração de 13 de agosto e o orgulho de ser economista
Sindecon-SP parabeniza toda a categoria pela data de hoje, 13 de agosto, Dia do Economista.