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01/03/10

Alicerces abalados

O terremoto que matou mais de 700 pessoas no Chile este fim semana também afetou seriamente a infraestrutura de transporte e paralisou parte da principal indústria do país: a do cobre

O terremoto que matou mais de 700 pessoas no Chile este fim semana também afetou seriamente a infraestrutura de transporte e paralisou parte da principal indústria do país: a do cobre. Alguns economistas já falam que o impacto na economia será profundo, provocando danos em setores da indústria e também da agricultura e que os efeitos poderão inclusive exercer pressão sobre o peso, a moeda chilena.

A Eqecat, empresa que ajuda seguradoras a avaliarem riscos de catástrofes, calcula que o custo do terremoto da madrugada de sábado - e dos mais de 50 tremores secundários - poderá chegar a US$ 30 bilhões, 15% do Produto Interno Bruto (PIB). Analistas previam que o país cresceria 4,5% a 5,5% em 2010 e dizem que ainda é cedo para estimar o peso do terremoto no ritmo de crescimento.

A Codelco a maior produtora de cobre do mundo, manteve ontem duas minas, El Teniente e Andina, fechadas. Juntas, elas produzem 600 mil toneladas de cobre por ano. A Anglo American informou que as minas Los Bronces e El Soldado, que estão sob seu controle, pararam de operar. A produção conjunta das duas é de 280 mil toneladas por ano.

"É uma produção significativa", disse Fred Demler, do setor de metais da corretora MF Global. "Teniente e Andina são grandes minas; e Bronces e Soldado são minas de médio porte. Muitos [dos impactos no mercado] dependerão do quanto durará a paralisação".

As quatro minas foram fechadas por causa de corte do fornecimento de energia. Um duto da Andina também foi danificado por um desmoronamento. As minas respondem por 16% da produção de cobre do país. As exportações do metal representaram quase a metade do total de exportações chilenas (US$ 53 bilhões) no ano passado. O Chile é o maior produtor de cobre do mundo, responsável por 36% das exportações mundiais de minério de cobre e de concentrado de cobre, segundo o Grupo de Estudo Internacional do Cobre.

Para David Threlkeld, da corretora americana Resolved, o metal deve subir de US$ 7,19 - cotação na bolsa de metais de Londres na semana passada - para US$ 7,8 mil a US$ 8 mil a tonelada métrica, um aumento de 8% a 11%. A última vez que a cotação teve uma alta maior que 11% foi em outubro de 2008, quando a China, o maior consumidor do metal, reduziu os juros para aquecer a economia.

Mas o maior problema para a economia chilena não parece ser agora tanto a paralisação temporária das usinas, mas sim os estragos na infraestrutura do país. "As minas parecem estar OK. É a logística que poderá se revelar um gargalo no curto prazo", avalia Edward Meir, da MF Global. A TVN noticiou que dois portos chilenos, o de San Antonio e o de Valparaíso, continuavam fechados ontem.

O epicentro foi no mar, próximo à cidade de Concepción, ao sul de Santiago. A contagem dos mortos chegou ontem a 708.

Além das 1,5 milhão de casas danificadas, rodovias que passam pelo centro-sul do país sofreram sérios problemas estruturais. Algumas pontes ruíram. Somado a isso, o corte de energia em vários pontos ameaçam a atrapalhar a indústria. A estatal de petróleo, Enap, planeja importar diesel para compensar a suspensão das atividades de duas refinarias.

Sebastián Piñera encontrará um país com US$ 16 bilhões em caixa - cerca de 12% do PIB -, uma reserva útil para as obras de reconstrução e reparo. Piñera prometeu na campanha que o país cresceria à taxa de 6% ao ano na sua gestão - meta bem ambiciosa mesmo antes de sábado.

Fonte: Valor Econômico, com Financial Times

 



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