ico mapa site Mapa do Site            ico rss Assine nosso Feed              yt ico
feed-image RSS
04/02/10

33ª Caravana da Anistia é realizada em São Paulo

Mais da metade dos julgamentos são de sindicalistas, segundo assessora técnica da Comissão de Anistia

Izaura Silva Coqueiro tinha duas filhas pequenas quando seu marido foi assassinado. Aderval Alves Coqueiro era um dos militantes do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo. Exilada e perseguida política, Izaura foi anistiada hoje (4), em sessão da Caravana da Anistia, em São Paulo.

Seu caso foi um dos 88 julgados pela 33ª Caravana da Anistia, que se realizou no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, em São Paulo.

Segundo a assessora técnica da Comissão da Anisita, Lígia Gimenes, 54,55% dos casos em julgamento hoje são de pessoas que foram, de alguma maneira, ligadas ao movimento sindical e tiveram o curso de suas vidas desviadas pela repressão política. Do total, 48 casos são de brasileiros que foram lesionados pela ditadura militar.

"Tive que morar de favor na casa do meu sogro e dependia da ajuda de amigos pois não consegui trabalhar: eu era perseguida política", contou àAgência Brasil. Além das dificuldades econômicas que enfrentou no Brasil, Izaura foi exilada política no Chile e em Cuba. "Eu espero que o governo reconheça e me peça perdão pelo tempo que fiquei fora, foi dolorido", disse a mulher do sindicalista.

Izaura não era a única que aguardava o pedido de anistia e recuperação econômica da caravana. no local. Pedrina José de Carvalho também era uma destas pessoas. Ela era casada com Devanir José de Carvalho, outro militante do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, que foi assassinado quando os dois filhos do casal tinham 3 e 7 anos. 

"Além do trauma de perder o meu marido, tive que enfrentar a perseguição política", contou Pedrina. "Eu não podia comprar roupas e calçados para os meus filhos, a alimentação não era das melhores. E tudo por causa da repressão", relatou. Pedrina também foi exilada política. Ela morou no Chile, na Argentina e em Portugal.

A Caravana da Anistia considerou as duas viúvas como anistiadas políticas e pediu, em nome do Estado brasileiro, perdão aos danos que causou às duas famílias. Cada uma receberá uma parcela única de 300 salários mínimos – são 30 salários mínimos por ano, e um teto de R$ 100 mil – referente ao período em que foram perseguidas políticas.

Para o presidente do Conselho de Defesa da Pessoa Humana (Condepe), Ivan Seixas, que testemunhou no caso de Pedrina, o perdão não era apenas por elas terem sido casadas com militantes políticos. "Elas foram verdadeiras companheiras de luta, pois, além de guardarem os segredos de seus maridos, também lutaram para criar e manter suas famílias unidas."

Com lágrimas nos olhos, as duas se abraçaram após o julgamento. Depois do perdão, havia no peito um sentimento diferente. "Agora sou anistiada", disse Izaura emocionada.



+ Notícias

Adicionar comentário

Ações

Uma iniciativa da CNTU em prol do desenvolvimento nacional e do bem-estar da população. São oito temas para ajudar a mudar o Brasil.

Saiba mais

Biblioteca CNTU

Um espaço para você encontrar facilmente informações organizadas em apresentações, artigos, legislações e publicações.

Saiba mais

AGENDA

 SDS Edifício Eldorado, sala 108 - Brasília/DF

Tel (61) 3225-2288

© Copyright 2015 - Confederação Nacional dos Trabalhadores
Liberais Universitários Regulamentados 
Fundada em 27 de dezembro de 2006.