ico mapa site Mapa do Site            ico rss Assine nosso Feed              yt ico
feed-image RSS
21/10/14

Presidente da Fenafar debate Farmácia Estabelecimento de Saúde em painel no Congresso FES

Painel sobre “O modelo da farmácia brasileira: panorama, oportunidade e desafios” ressaltou a necessidade de se discutir a farmácia a partir do interesse público e não pautada pela visão de mercado

21102014-122503-cfes-home-grande121102014-122503-cfes-home-grande1

No encerramento do Congresso, foi apresentada "a Carta de São Paulo", que define dez características e qualidades para fazer com que a farmácia seja reconhecida como “farmácia 10 estrelas”. Confira na íntegra aqui.

Participaram do Painel o presidente da Fenafar, Ronald Ferreira dos Santos, o diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica – DAF-MS, José Miguel do Nascimento, o conselheiro da Febrafar Rogério Lopes Junior e o assessor do Conselho Federal de Farmácia Walmir de Santi e o diretor executivo da ABCFarma, Renato Tomarozzi.

Num formato dinâmico com três blocos, os painelistas primeiro responderam a mesma pergunta – qual a visão de cada um sobre o futuro da farmácia --, depois num segundo bloco fizeram perguntas entre si, e no terceiro bloco responderam a questões do público.

Ronald Ferreira dos Santos abordou a questão do ponto de vista do trabalhador farmacêutico que atua em um dos mercados com maior concentração de riqueza da economia. “Estamos atuando numa atividade econômica que, de acordo com os dados apresentados hoje pela manhã, logo será a 4ª maior do mundo, mas que ainda têm contratações que remontam ao século passado. O que pode nos permitir alterar isso e trazer a farmácia para o século XXI é a divisão de responsabilidade dentro da farmácia e dar autoridade para o farmacêutico”, conquista que segundo o presidente da Fenafar foi consolidada com a lei 13.021.

O presidente da Fenafar afirmou que ver a farmácia como um estabelecimento de saúde não é contraditório com a atividade comercial. “A farmácia não vai deixar de ser uma atividade comercial, mas ela será um espaço de prestação de serviços de saúde, que é a sua finalidade e objetivo, é para isso que a farmácia existe”, ressaltou.

Ronald ressaltou que no processo de negociação conduzido pela entidades para garantir a aprovação da lei se preocupou em “negociar onde a atividade econômica ganhasse, os profissionais farmacêuticos ganhasses e os usuários ganhassem”.

O conselheiro da Febrafar, Rogério Lopes lembrou várias normativas que já estavam em vigor e que já apontavam o que a lei 13.021 veio consolidar – a Lei dos Genéricos e a RDC 44/2009, por exemplo. O diretor da ABCFarma criticou o aumento de responsabilidades para o farmacêuticos e disse que as farmácias privadas são feitas com recursos privados, numa crítica a ideia de que deve haver prestação de serviços de saúde obrigatoriamente nestes estabelecimentos. Ele ressaltou que isso poderia ser colocado como diferencial para a sobrevivência, por exemplo, das farmácias individuais que não estão vinculadas a nenhuma rede. Já que há uma enorme “discrepância entre as grandes redes e os pequenos estabelecimentos”.

Para José Miguel do Nascimento do DAF-MS, “temos que comemorar a alteração do conceito de farmácia. Não podíamos continuar tendo a visão da farmácia como um ponto de comércio”. Ele ressaltou que os farmacêuticos, agora, “precisam mostrar aos usuários o que significa, na prática, esse novo conceito estabelecendo guias, protocolos e orientações para o farmacêutico fazer a sua atuação não mais voltada para o produto, mas para o cuidado com o paciente”. Ele salienta que “o sentimento de que o farmacêutico se coloca como profissional para fazer essa Assistência Farmacêutica tem que vir acompanhado de ferramentas práticas e éticas, trabalhando de forma colaborativa e fazendo com que a sociedade sinta na prática a mudança”.

Para o assessor do CFF Walmir de Santi, “havia uma necessidade de mudança. Nós tínhamos um modelo de farmácia centrado na venda e muito impessoal”. Ele alerta, contudo, que apesar de a nova lei dar os comandos e dizer que a responsabilidade pela prestação da Assistência Farmacêutica é do profissional farmacêutico, para colocar isso em prática é preciso contar com a parceria dos donos dos estabelecimentos. “Temos que contar com a parceria estratégica com os donos de farmácias para fazer as mudanças que a farmácia precisa”.

 

Concentração

Um tema que polarizou o painel girou em torno da enorme concentração econômica em torno das grandes redes e crescente eliminação dos pequenos estabelecimentos. Rogério Lopes da Febrafar relembrou alguns dados do “pujante mercado farmacêutico” que no Brasil dobrou nos últimos 10 anos. Ele destacou que das 10 maiores economias mundiais, em 5 há menos drogarias que no Brasil. Os EUA com 300 milhões de habitantes tem menos farmácias que no Brasil. Apesar da lucratividade desse setor bilionário no país ainda convive com baixa remuneração do farmacêutico. Com este raciocínio, Rogério perguntou ao presidente da Fenafar como ele via esse cenário.

Ronald Ferreira dos Santos lembrou que desde 1993, “quando a Marluce Pinto resolveu dizer que nós não éramos um profissional necessário, que os farmacêuticos têm lutado para ocupar o seu espaço na farmácia, mostrando que o nosso trabalho tem que agregar valor ao mercado”. O presidente da Fenafar trouxe dados mostrando que o salário médio do farmacêutico é de 3.200,00 mês com jornadas superiores à jornada mínima, segundo dados da Organização Internacional do Trabalho.

Ele também criticou a lógica da farmácia como PDV – Ponto de Venda e disse que esta visão gera a concentração. “Nós vivemos num país rico, que hoje ocupa a 4 posição no ranking do mercado farmacêutico mundial. Infelizmente alguns empresários tem uma visão neocolonial das relações de trabalho. Tem gente dizendo que o problema do Brasil é o salário. Não é”.

Ronald destacou que a nova lei coloca em evidência o papel do farmacêutico e que vai ser preciso continuar lutando nas negociações coletivas para garantir salários condizentes com esse novo papel.

Renata Mielli / Fenafar



+ Notícias

Adicionar comentário

Ações

Uma iniciativa da CNTU em prol do desenvolvimento nacional e do bem-estar da população. São oito temas para ajudar a mudar o Brasil.

Saiba mais

Biblioteca CNTU

Um espaço para você encontrar facilmente informações organizadas em apresentações, artigos, legislações e publicações.

Saiba mais

AGENDA

 SDS Edifício Eldorado, sala 108 - Brasília/DF

Tel (61) 3225-2288

© Copyright 2015 - Confederação Nacional dos Trabalhadores
Liberais Universitários Regulamentados 
Fundada em 27 de dezembro de 2006.