Contra a divisão
João Guilherme Vargas Netto, consultor sindical da CNTUConsultor sindical João Guilherme Vargas Netto comenta os resultados das eleições presidenciais
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Confirmados os resultados eleitorais que deram vitória “por una cabeza” à presidente Dilma, eu me insurjo contra a tentativa de descrever o quadro como o da divisão do Brasil, seja regional, seja territorialmente; houve apenas a divisão eleitoral, legítima na democracia, nas condições de segundo turno e com os resultados totais com pequena diferença.
A explicação fácil e errônea da divisão baseia-se no método do ladrilhamento em que cada quadrado leva uma cor de acordo com o candidato vitorioso nele. Mas, referindo-se às cinco grandes regiões brasileiras, em nenhuma delas a presidente Dilma teve menos que 40% dos votos e teve mais votos no Sudeste que no Nordeste.
A “teoria da divisão” mascara, atrás de erros de método, uma profunda desorientação e uma tentativa de acirramento pós-abertura das urnas e com os resultados finais proclamados.
A maior prova que dou do caráter errôneo da “teoria da divisão” é a própria experiência do movimento sindical que apresentou aos candidatos sua pauta unificada e obteve deles compromissos de acatar, considerar e implementar inúmeras medidas. Por exemplo, ambos se comprometeram a discutir alternativas ao fator previdenciário. É de se supor que, contrariamente ao modelo “divisionista”, ambos os grupos políticos aceitem implementar tal orientação quando chegar a hora e sob vigilância do movimento sindical.
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