Seminário debate a crise, o Brics e o movimento sindical
Promovido pelo Centro de Estudos Sindicais e do Trabalho, encontro reuniu 300 lideranças sindicais e 26 países para debater conjuntura internacional e o protagonismo dos trabalhadores
Nos dias 21 e 22 de agosto, o Centro de Estudos Sindicais e do Trabalho (CES) realizou no auditório Elis Regina, no Centro de Convenções do Anhembi, em São Paulo, o seminário “Panorama da Conjuntura Internacional: Análise da crise global, impactos e perspectivas - o papel do Brics”. Mais de 300 lideranças sindicais vindas de 26 nações e de todas as regiões do país se reuniram para analisar os impactos e perspectivas da crise econômica e o papel do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul neste cenário econômico mundial.
A coordenadora geral do CES e também vice-presidente da CNTU, Gilda Almeida, abriu o evento e moderou a primeira mesa de debates, sobre o tema “Análise da crise e seus impactos diferenciados, a situação política e econômica da União Europeia”, com a participação do coordenador da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses - Intersindical Nacional (CGTP-IN) , João Torres; do grego Zarianopoulos Sotiris que falou pela Frente de Todos os Trabalhadores Militantes (Pame) e pelo País Basco, Igor Urrutikotxea, representando a central sindical LAB. As contradições do sistema capitalista, o poder das multinacionais, a desvalorização do trabalho e do trabalhador foram as experiências compartilhadas pelos palestrantes com os participantes no encontro. A segunda mesa, coordenada por José Adilson, membro da Executiva Nacional da CTB, discutiu o papel do BRICS, bloco de nações constituído por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
O protagonismo dos trabalhadores no processo de integração latino-americana foi o tema debatido na manhã da quinta-feira (22/08).
“Fala-se em socialismo do século 21, será que vamos ter o sindicalismo do século 21?”, brincou o vice-presidente da Federação Sindical Mundial (FSM), João Batista Lemos, ao referir-se que o movimento sindical precisa acompanhar as mudanças ocorridas durante os últimos anos.
“Del Bravo al Plata no hay más que un solo pueblo”
Para abrir o debate o autor do livro “América para a Humanidade”, professor Eugênio Rezende de Carvalho, falou sobre o legado de José Martí pela unidade e integração da América Latina, com suas tradições, culturas e povos persos. Ele contou que o prócer da independência cubana via um futuro glorioso para a América Latina, frente às ameaças do imperialismo estadunidense.
O coordenador do Encontro Sindical Nossa América (ESNA), Juan Castillo, destacou que os sindicalistas precisam participar dos processos de integração na região “Estamos deixando de lado mudanças políticas significativas”, observou.
Castillo lembrou-se de iniciativas populares em defesa da soberania. “A derrota da Alca (Área de livre comércio das Américas) foi a demonstração de que o povo mobilizado tem êxito”, ele expressou que para concretizar o socialismo é necessário gerar uma consciência de classe para as vitórias.
No caso do Peru, o representante da Confederação Geral dos Trabalhadores no Peru (CGTP), Mario Huamán, informou que estão organizando uma greve geral para o próximo 26 de setembro contra a atual política ecônomica exercida pelo presidente Ollanta Humala contra os direitos trabalhistas, segundo ele os peruanos estão sentindo-se traidos "fomos nós, trabalhadores, que colocamos ele no poder", disse. O sindicalista acredita que para a região avançar é preciso aprofundar os direitos dos trabalhadores.
O secretário das Américas da FSM, Ramón Cardona, apresentou uma série de propostas do ESNA nos esforços de integração dos trabalhadores a nível continental, e fez um chamado para o 6º Encontro que ocorrerá em Havana. Portal CTB
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