Entidades médicas vão ao Senado em busca de apoio
Para o presidente da Fenam, Geraldo Ferreira, a MP 621 pode ser um “instrumento útil” apenas se estiver atrelada à garantia de direitos trabalhistas e condições de trabalho. Ele ressaltou a importância de transformar
Os presidentes da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Geraldo Ferreira, e do Conselho Federal de Medicina, Roberto d’Ávila, estiveram nesta quinta (8) com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para tratar da Medida Provisória (MP) 621, que cria o Programa Mais Médicos,em busca de apoio para a derrubada do veto presidencial ao Projeto de Lei do Ato Médico.
D'Ávila e Ferreira insistiram que os médicos estrangeiros que venham a ser contratados pelo programa passem pelo exame Revalida, para ter seus diplomas aceitos no Brasil, e pediram que seja aprovada a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 434, que cria carreira de Estado para médicos. Ambos afirmaram que o governo está “boicotando” os médicos brasileiros que se inscrevem no programa.
“Sempre se diz que os médicos não querem ir para o interior, e isso é mentira. Eles querem ir para o interior, se houver estrutura e carreira, como vão promotores, militares e juízes. Queremos ir para o interior, não aceitamos essa acusação", disse d'Ávila.
Para o presidente da Fenam, Geraldo Ferreira, a MP 621 pode ser um “instrumento útil” apenas se estiver atrelada à garantia de direitos trabalhistas e condições de trabalho. Ele ressaltou a importância de transformar os médicos em funcionários públicos federais, de modo a garantir que a União arque com os custos de manter esses profissionais em lugares remotos ou municípios do interior. “Algumas prefeituras não têm condição de remunerar esses profissionais. Por isso, defendemos um concurso federal e que o governo federal disponibilize os médicos para as prefeituras”, disse Ferreira, após o encontro.
Ele ressaltou que a falta de estrutura para atendimento também é um problema grave, que precisa ser corrigido para proporcionar a ida dos médicos para os locais onde há carência. Segundo Ferreira, não é mais possível contar com o “curanderismo” na hora de atender à população. “Hoje não se faz mais medicina dessa forma. Não precisamos de médicos heróis, precisamos de médicos voltados para critérios científicos."
D'Ávila e Ferreira disseram que os médicos vão buscar apoio dos pacientes para uma campanha contra o programa e a favor da derrubada do veto à Lei do Ato Médico. Segundo d’Ávila, os médicos estão agindo politicamente e tendem a mostrar mais força dessa maneira. “Não queremos peitar o Congresso, queremos vencer pela força do argumento. A nossa força é a possibilidade de colaborar, é cada paciente que atendemos e que será prejudicado com essa medida. Se o Congresso não ouvir o apelo da população, aí não podemos fazer nada. Mas vamos continuar orientando os pacientes para que, na hora do voto, saibam exatamente quem os respeita. Todo ser humano é um ser político, e o médico também é”, disse o presidente do d'Ávila.
A comissão especial que vai analisar e votar emendas à MP 621 deveria ter sido instalada quarta (7), mas a reunião foi adiada para a próxima semana. É provável que a presidência fique com o senador João Alberto (PMDB-MA) e a relatoria com o deputado Rogério Carvalho (PT-SE). Fonte: Agência Brasil
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