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29/07/13

É preciso garantir permanência na universidade

Conferência sobre o papel das IFES aponta necessidade de expansão da educação superior com políticas de desenvolvimento de forma mais articulada; acesso e permanência dos alunos nas universidades; melhoria cont

Debater os caminhos da educação superior no país foi o objetivo do professor Amaro Henrique Pessoa Lins, da UFPE, ex-secretário de Educação Superior do Brasil, na conferência "O papel das IFES (Instituições Federais de Ensino Superior) na educação superior no Brasil" realizada dia 25, dentro da programação da 65ª Reunião Anual da SBPC, no Recife.

Para melhorar a qualidade no ensino superior o professor Lins aposta em seis desafios: expansão da educação superior com políticas de desenvolvimento de forma mais articulada; acesso e permanência dos alunos nas universidades; melhoria contínua da qualidade; pesquisa e inovação; internacionalização do ensino e o aperfeiçoamento da gestão."É preciso dar atenção à formação dos professores e também do quadro técnico das universidades. E para quem é gestor, precisamos pensar num grande programa de formação de gestores em educação, até para a escola básica", propôs.

De acordo com Lins, não é possível discutir educação superior sem falar em educação básica. Dados do último censo do IBGE, de 2010, mostram que houve um avanço. No item creche, o número de vagas passou de 9,4 em 2000 para 23,6 em 2010. Mas, de acordo com o professor ainda há uma questão grave na distribuição dessas vagas. "Precisamos ampliar a oferta e diminuir o fosso entre o atendimento aos ricos e pobres. Esse é um esforço que deve ser feito para resolver a questão da injustiça social no país", afirmou.

O professor apresentou dados de que contrariam o pensamento de que nas universidades públicas a maioria dos alunos são de classes altas. "O perfil dos alunos nas universidades federais hoje registra, por exemplo, no nordeste do país, 52,02 de alunos das classes C, D e E. Aqui mesmo na UFPE esse percentual chega a 60%", afirmou.

Lins considera que os dados são resultado de uma melhoria na política de acesso às instituições de ensino superior, porém alerta para a importância de se criar e manter programas que garantam a permanência desses alunos nas universidades. "Não basta ter acesso, é preciso cuidar e acompanhar esses alunos das classes C, D e E, bem como aqueles que entram pelas cotas, para que eles cheguem ao final do curso e se formem. Se isso não for resolvido não vamos avançar", alertou o professor.

Ensino médio: tragédia nacional

Com mais de 50% dos jovens fora da escola, o professor aponta o ensino médio como a grande tragédia nacional. "Dos jovens que abandonam a escola a maioria não trabalha. Ficam abandonados muitas vezes reforçando os níveis de criminalidade do país", disse. Ainda segundo ele, esse quadro é resultado da injustiça social que vem desde a creche e se propaga pelo ensino médio.

O analfabetismo foi outro ponto apresentado por Lins que precisa melhorar no país. A legislação vigente determina que toda criança até sete anos esteja plenamente alfabetizada, mas os números mostram que isso não está sendo alcançado. "Na região sudeste, o índice de crianças analfabetas de até oito anos, é de 8%, enquanto no norte e nordeste do país, está em torno de 30%. É uma calamidade", classificou.

Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) de 2011 mostram que há no Brasil 2.365 instituições de graduação superior, das quais 2.081 são privadas e 284 são públicas. "Já ultrapassamos a marca de um milhão de alunos nas universidades federais e 100 mil professores. Esse processo continua em expansão", revelou Lins.

Mas mesmo diante de números expressivos, o ex-secretário de Educação Superior do Brasil demonstrou preocupação com relação à distribuição dos alunos do ensino superior por área. "Tecnologia, saúde e agronomia, por exemplo, têm percentuais muito baixos se comparados aos de outros países. Como vamos desenvolver o país que tem uma demanda futura de infraestrutura enorme sem formamos engenheiros agora, por exemplo?", questionou.

 

(Edna Ferreira / Jornal da Ciência)



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