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22/05/13

É preciso banir venenos, do campo ao prato brasileiro

O uso de agrotóxicos chegou ao limite no Brasil, que tornou-se o maior mercado mundial desses produtos. A CNTU defende medidas imediatas para banir substâncias e práticas mais perigosas e inicia sua campanha em defesa da produ&cce

No dia 3 de maio, a escola rural de Rio Verde,  que fica no Assentamento Pontal dos Buritis, às margens da GO-174, foi atingida por agrotóxicos jogados de um avião agrícola.  Foram intoxicadas 37 pessoas, sendo 29 crianças.  A notícia chamou a atenção para uma prática comum nas plantações brasileiras, que afeta a saúde de trabalhadores e famílias rurais além de trazer danos severos ao meio ambiente, e que precisa ser erradicada.  

Pouca gente sabe mas, no Brasil,  são pulverizados em media  12 litros desses venenos por hectare de lavouras temporárias e permanentes, cerca de 4,5 litros por habitante . Esses dados são do ano de 2011, quando foram pulverizados 853 milhões de litros (principalmente de herbicidas, fungicidas e inseticidas) em 71 milhões de hectares de lavouras. Proibir  a pulverização aérea de agrotóxicos é um dos objetvos imediatos da campanha da CNTU “Por uma alimentação  saudável  e contra o uso abusivo de agrotóxicos”, que integra uma série de metas para assegurar o desenvenamento dos campos e seus habitantes, dos recursos hídricos e todo meio ambiente, e das verduras, frutas e legumes que chegam ao prato brasileiro.  Outra medida, que não pode esperar para ser  implantada é o banimento do país de todos os agrotóxicos já proibidos em outros países, por seus efeitos perversos.

A modernização da agricultura trouxe consigo a idéia de que o uso de agrotóxicos estava associado à qualidade e aumento da produção, levando a uma criação de produtos tão diversificados quanto nocivos à saúde e ao ambiente e ao abuso no momento de emprega-los. O Brasil, grande produtor mundial de alimentos, fez a escolha errada, ao se tornar aos poucos o maior mercado mundial do agrotóxico, vendidos no país  a preços baixos e com isenções fiscais. Suas imensas áreas cultiváveis não justificam essa triste liderança, já que, de fato, tem apenas 5% da área efetivamente cultivada entre os os 20 maiores países agrícolas. E no entanto, ao absorver 20% da produção mundial de agrotóxicos, o Brasil se tornou o maior sócio consumidor de um  monopólio mundial formado por apenas seis empresas. Só em 2011, foram produzidas internamente 833 mil toneladas de agrotóxicos e importadas 246 mil toneladas. 

A produção contaminada chega às mesas através de alguns dos alimentos mais consumidos no país e que vêm das monoculturas de arroz, soja e milho, que são também as grandes áreas concentradoras do agrotóxico, assim como as da cana e algodão. Mas a campanha da CNTU alerta também para a gravidade da contaminação das  hortaliças que respondem por 20% da comercialização de ingrediente ativo de fungicida e usa entre oito a 16 vezes mais agrotóxicos por hectare do que a soja. Uma análise da Anvisa (Agência Na- cional de Vigilância Sanitária), em 2010, constatou 63% das amostras de hortaliças de todo país contaminadas por agrotóxicos. Frutas e verduras são muitas vezes consumidas in natura, com toda a carga química jogada no campo, ou  e com tempo muito curto da colheita à mesa do cidadão.

A posição de liderança alcançada pelo Brasil está inserida em um contexto de reestruturação produtiva no plano mundial e em especial na América Latina, cabendo aos países da região o papel de fabricantes de commodities para o globo. O outro lado da moeda, contudo, é que o Brasil corre o risco de ter seus produtos agrícolas barrados nos cada vez mais exigentes mercados internacionais exatamente pelo uso abusivo de agrotóxicos.

A produção orgânica é viável
A campanha da CNTU se apoia em estudos sérios que mostram a agroecologia como alternativa importante para o desenvolvimento sustentável. E além disso, mostram que a que a diferença de produtividade entre o agronegócio e a agricultura orgânica não é tão grande quanto apregoado.
Pesam de um lado as políticas públicas de crédito rural que privilegiam de longe os grandes negócios. De outro, o falto de que a balança não considera o peso dos custos ambientais e de saúde, transferidos à toda sociedade. Conscientizar as pessoas para o tamanho dessa fatura é uma necessidade e um compromisso da campanha. Sem isso, não há como enfrentar uma correlação de forças econômicas, políticas e ideológicas que controlam o campo brasileiro. Para a CNTU, há conquistas possíveis mais imediatas, a serem perseguidas já para 2014, como banir o uso dos agrotóxicos de alta toxidade, e proibir a pulverização. Os passos seguintes devem ser na busca de padrões adequados de controle dos usos químicos no campo e de apoio efeito dos governos a uma agricultura sustentável no País, com crédito, subsídios e assistência técnica e sejam assegurados os direitos da população à  segurança alimentar e nutricional e a uma alimentação adequada.
A campanha “Por uma alimentação  saudável  e contra o uso abusivo de agrotóxicos” será tema da edição  nº 2 da revista Brasil Inteligente, que apresentará as oito campanhas da CNTU. O lánçamento conjunto com um Kit das Campanhas será parte da programação da  4ª Jornada CNTU - Brasil Inteligente, que debaterá os desafios da década para que o país chegue ao Bicentenário da Indpendência, em 2022 com desenvolvimento e justiça social. As atividades terão início às 9h de 24 de maio (sexta-feira), no Auditório do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo. 
Saiba mais sobre o evento.



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