As mobilizações pelo Brasil
O Dia Nacional de Lutas com Greves e Mobilizações, realizado em 11 de julho, contou com paralisações durante todo o dia ou parte dele, protestos com interrupções de rodovias e atos de rua.
Sudeste
No Estado de São Paulo, as manifestações começaram logo pela manhã com interdição de trechos das rodovias Anhanguera, Castello Branco, Raposo Tavares, Fernão Dias, Dutra, Mogi-Bertioga e a Cônego Domênico Rangoni.
Os metalúrgicos do ABC paulista também se mobilizaram. Em São Bernardo, as concentrações foram nas fábricas da Ford, Mercedes-Benz, Proema, Arteb, Sachs, Proxyon, Sogefi e Toyota. Os trabalhadores fizeram uma passeata e tomaram parte da Via Anchieta. A Avenida Goiás, em São Caetano, também foi fechada pelos trabalhadores da General Motors.
No Rio de Janeiro, seis centrais sindicais e o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) organizaram uma manifestação, às 15h. Várias categorias anunciaram paralisações nos serviços, entre elas os professores municipais e estaduais e trabalhadores dos Correios, que fecharam o Centro de Operações Postais, na Zona Norte.
Na capital mineira, o metrô e os trens foram paralisados, além de três estações de ônibus (Venda Nova, Barreiro e Diamantes). No município de São João Del Rei, metalúrgicos, comerciários, rodoviários e funcionários da Universidade Federal aderiram ao movimento. Em Mariana, os manifestantes bloquearam o trânsito no centro da cidade e fecharam a rodovia MGC-129. O trânsito também foi bloqueado em Contagem.
Na rodoviária de Vitória (ES), os ônibus pararam, assim como os trens de passageiros da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM). Os taxistas também aderiram ao movimento. Os hospitais só atenderam casos de urgência e emergência.
Sul
Os ônibus dos municípios gaúchos de Porto Alegre, Viamão, Cachoeirinha, Gravataí e Alvorada não circularam durante a manhã. O acesso à Rodoviária de Porto Alegre, capital do estado, também foi bloqueado. As agências bancárias e os Correios não funcionaram, assim como a maior parte das escolas do município. Militantes do MST ocuparam os pedágios de Carazinho (BR-386) e Viamão (ERS-040) e ergueram as cancelas.
A passagem nos pedágios também foi liberada em pelo menos 14 praças do Paraná, devido a um protesto dos trabalhadores rurais do estado. Desde o começo da manhã, ruas e rodovias de Curitiba foram bloqueadas. O Hospital de Clínicas (HC) funcionou parcialmente e a maioria das aulas na Universidade Federal do Paraná (UFPR) foi cancelada.
Em Florianópolis (SC), servidores públicos municipais se reuniram na Praça Tancredo Neves, no centro da capital catarinense, para uma série de atividades, que incluíram palestras e assembleias. Antes disso, eles ocuparam uma das pistas da Ponte Pedro Ivo Campos. Na região serrana, 500 militantes do MST bloquearam a BR-116, no município de Correia Pinto.
Centro-Oeste
No Distrito Federal, o MST ocupou a sede nacional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para exigir a retomada da reforma agrária. Para o MST, é preciso assentar 150 mil famílias acampadas, com a concessão de novos créditos.
Em Goiânia, 40 sindicatos participaram do Dia Nacional de Lutas. Cerca de mil pessoas se reuniram na Praça do Bandeirante, no centro. A Avenida Goiás, principal da cidade, foi ocupada por manifestantes. Um grupo de 200 pessoas ocupou a sede da reitoria da Universidade Estadual de Goiás (UEG), em Anápolis.
Em Palmas (TO), manifestantes fecharam a rodovia TO-050 e a Avenida Theotônio Segurado, no Centro.
Manifestantes bloquearam trechos de duas rodovias federais que cortam Mato Grosso: as BRs 364 e 163.
Aproximadamente 12 mil pessoas se concentraram na Praça do Rádio, em Campo Grande (MS), para participar de um ato unificado.
Nordeste
Em Recife (PE), os protestos do Dia Nacional de Lutas se concentraram no complexo industrial portuário de Suape, sendo que algumas vias federais foram ocupadas por manifestantes. A BR-232 foi bloqueada no km 143 em frente a um assentamento do MST. Outras vias, como a BR-116, BR-428, BR-194 e BR-101, também foram ocupadas em alguns trechos.
Em Salvador (BA), diversas agências bancárias foram fechadas. A BR-324, principal rodovia entre capital e interior, foi bloqueada, assim como a Via Parafuso, que dá acesso ao Polo Petroquímico de Camaçari. Um grupo de manifestantes protestou perto de Feira de Santana.
Os protestos ganharam força em Fortaleza, no Ceará, onde motoristas e cobradores bloquearam entradas e saídas de terminais de ônibus e manifestantes ocuparam avenidas de grande fluxo da cidade. Operários da construção civil, servidores públicos e funcionários de indústrias de castanhas também aderiram à paralisação.
Norte
Em Manaus, 60% da frota de ônibus paralisaram suas atividades. Participaram também do Dia Nacional de Lutas movimentos sociais e estudantis, entre eles o Movimento Passe Livre (MPL), União Brasileira de Mulheres (UBM), União de Negros pela Igualdade (Unegro) e União Nacional dos Estudantes (UNE). Professores, estudantes e funcionários da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) bloquearam a entrada da instituição.
Grande parte das agências bancárias de Belém (PA) não funcionou. Membros de sindicatos e movimentos sociais se concentraram na frente do Palácio Antônio Lemos, sede da Prefeitura, para um ato unificado. Mais cedo, um grupo de manifestantes ligados ao MST ocupou a rodovias estaduais PA-275, PA-124 e PA-151.
Em Rondônia, 200 pessoas de diversos sindicatos se concentraram na Avenida Jorge Teixeira, em Porto Velho, para iniciar uma caminhada em direção do palácio do governo, de acordo com a PM.