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12/06/13

Brasil vai integrar consórcio de inovação em fármacos

Laboratório para pesquisa de proteínas e desenvolvimento de moléculas será construído pelo SGC (Consórcio de Genômica Estrutural) na Unicamp

Um consórcio internacional de inovação aberta na área farmacêutica vai construir no Brasil um laboratório para estudo da estrutura de proteínas e desenvolvimento de novas moléculas. Um acordo de intenções foi assinado em fevereiro entre o Consórcio de Genômica Estrutural (SGC, na sigla em inglês), que envolve instituições canadenses e britânicas e oito empresas farmacêuticas, e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) para a criação da nova unidade de pesquisa. Os primeiros pesquisadores brasileiros deverão iniciar ainda em 2013 intercâmbios científicos com a Universidade de Oxford.
O SGC é uma parceria público-privada, sem fins lucrativos, que desenvolve pesquisa básica e apoia a descoberta de novos medicamentos há nove anos, em um modelo que não produz patentes e permite acesso irrestrito a seus resultados. Atualmente, o consórcio é formado pelas farmacêuticas AbbVie, Boehringer Ingelheim, GlaxoSmithKline, Janssen, Eli Lilly, Novartis, Pfizer e Takeda, pelas instituições canadenses Fundação para Inovação do Canadá, Institutos Canadenses para Pesquisa em Saúde, Genoma Canadá, Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação de Ontário e pela instituição filantrópica britânica Wellcome Trust.

 

Pesquisa pré-competitiva

Com foco na pesquisa pré-competitiva, principalmente sobre proteínas humanas e de parasitas humanos, o SGC conta atualmente com dois laboratórios de pesquisa, na Universidade de Oxford e na Universidade de Toronto, cada um com cerca de 100 pesquisadores, além de uma rede com quase 300 cientistas ao redor do mundo. O acordo prevê a construção, em Campinas, de um terceiro laboratório, de biologia estrutural e química medicinal, com 25 pesquisadores, voltado para o estudo de quinases.
As quinases são enzimas ligadas à comunicação celular que exercem funções regulatórias na programação de células. Elas ativam ou desativam outras proteínas nas células, desencadeando processos ou vias metabólicas e regulando o ciclo celular. Segundo Wen Hwa Lee, gestor de Alianças Estratégicas do SGC, a grande maioria dos medicamentos de combate ao câncer utilizados hoje tem como alvo as quinases. Das mais de 500 quinases que fazem parte do genoma humano, menos de 10% delas têm sido estudadas nos últimos 50 anos.

 

Contrapartida brasileira

O SGC fará parte do investimento, mantido em sigilo, para o novo laboratório, mas o consórcio está buscando também recursos nas fundações e agências de fomento do Brasil, como a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). O SGC pretende montar a equipe de pesquisadores em Campinas principalmente com cientistas brasileiros repatriados, mas também poderão participar estrangeiros no grupo.
"Nosso objetivo é dar uma contribuição ao Brasil na área de pesquisa avançada para a descoberta de drogas, fazendo um trabalho que ainda não é feito no nosso País, congregando expertise na área de estrutura de proteínas e química sintética para desvendar o papel das quinases em doenças", declarou o biólogo Paulo Arruda, professor do Instituto de Biologia da Unicamp e coordenador da parceria, em entrevista a Inovação Unicamp.

 

Segundo Arruda, esse modelo permitirá a criação no Brasil — assim como está começando a ocorrer em Oxford — de start-ups que empreguem o conhecimento gerado de uma maneira rápida pelo consórcio para produzir inovações na área farmacêutica. Lee, que nasceu em Taiwan, mas viveu muitos anos no Brasil e foi aluno da Unicamp, concorda com o potencial de fomento à inovação do SGC. "Queremos que o núcleo do SGC no Brasil, o SGC-Unicamp, seja realmente um motor da inovação por si só. É lógico que estará aliado ao SGC-Oxford e SGC-Toronto, mas por si só um motor no Brasil tem que ser capaz de gerar um ecossistema que vai alimentar e beneficiar o País", afirmou Lee, em entrevista por telefone, de Oxford, aInovação Unicamp.

 

Benefícios do modelo

O professor da Unicamp explica que o modelo do SGC está sendo bem-sucedido por oferecer uma alternativa à estrutura até então explorada pelas grandes farmacêuticas inpidualmente. Essas empresas têm um foco muito específico em áreas potencialmente rentáveis, não dispondo dos recursos humanos e infraestrutura para fazer pesquisa básica de uma maneira mais ampla para a descoberta de drogas. "A indústria farmacêutica é protegida por patentes, mas o desenvolvimento [de novos medicamentos] é muito longo. Como patente tem um prazo de validade de 20 anos, às vezes, leva-se 15 anos para se fazer o desenvolvimento. Com o prazo de exploração muito pequeno, o foco fica muito concentrado na exploração do potencial naqueles cinco anos", destacou Arruda.

 

O consórcio desempenha um importante papel de pidir o risco e impedir que haja duplicidade nas pesquisas entre as empresas concorrentes, o que toma tempo e, muitas vezes, expõe pacientes a testes desnecessários com moléculas que já foram reprovadas por testes anteriores. Por esse motivo, o SGC vem crescendo nos últimos anos e mais duas grandes farmacêuticas estão em negociação para aderir à iniciativa. "As empresas realmente perceberam que inovação fechada dentro de suas portas não tem futuro. Pela natureza do modelo fechado, limita-se o número de pessoas que podem trabalhar. Com isso, diminuem as chances de surgir uma ideia diferente ou de explorar coisas que não são entendidas", afirmou o gestor do SGC.
Fonte: Inovação Unicamp

 



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