O desenvolvimento brasileiro passa pela Amazônia
A próxima década deve ser voltada a valorizar a inteligência amazônida, dobrando o número de doutores na região, mobilizando seus saberes e recursos, impulsionando uma nova economia. “Mais ciência, tecnol
O que o país precisa fazer para, nos próximos dez anos, promover uma nova economia amazônida, que mobilize conhecimento científico e saberes populares para o aproveitamento sustentável dos recursos florestais, sua biodiversidade e potencial energético?
Com esses objetivos, a CNTU desenvolve a partir deste ano a campanha “Mais ciência, tecnologia e inovação na Amazônia” , como propostas que ajudem progressivamente a gerar empreendimentos, trabalho de qualidade e produtos com alto valor agregado, voltados aos mercados interno e externo.
A campanha parte da constatação de que o modelo baseado na extração predatória dos recursos florestais, seguida pela substituição da floresta por extensas áreas de pastagem ou agricultura, mostrou-se inapropriado e devastador. E que sem um novo modelo econômico para a região, não há desenvolvimento brasileiro.
Maior atenção do governo federal à região e um crescente comprometimento dos governos da região com as atividades de ciência, tecnologia e inovação serão cobrados pelas entidades ligadas à CNTU nos próximos anos, ressaltando que os recursos e projetos não devem se restringir à pesquisa e desenvolvimento em atividades tradicionais, mas ajudar a introduzir paradigmas diferenciados de produção para o mundo.
Um exemplo está na proposta de transformação progressiva da Zona Franca de Manaus, conjugando projetos de desenvolvimento de eletroeletrônicos com mais valor agregado, em que recursos e conhecimentos locais sejam os principais insumos.
Na produção acadêmica, o investimento deve ser de grande monta, capaz de dobrar o número de doutores. A CNTU constata pelos os dados da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), que 61% do território brasileiro, que contam com 10% da população e respondem por 8% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional, reúnem menos de 5% dos cursos de pós-graduação existentes no País. Ou seja: os nove estados que compõem a região possuem 140 cursos de mestrado acadêmico, 39 de doutorado e seis de mestrado profissionalizante. Do total, 50% dos de doutorado concentram-se na UFPA (Universidade Federal do Pará).
São necessárias ao menos duas novas universidades e dois institutos de pesquisa e desenvolvimento de alto padrão focados na produção de conhecimentos e produtos da biodiversidade
Com uma série de recomendações ao governo e à sociedade, a campanha visa atrair e fixar especialistas na região, garantir formação local, promover a cooperação com as melhores universidades brasileiras, além de estimular a criação de universidades e institutos de pesquisa e desenvolvimento na Amazônia com foco em novos materiais e energia.
Uma Rede de Pesquisa e Desenvolvimento da Amazônia deve ser conectada por infraestruturas internet eficientes,reunindo diferentes redes, conectando universidades, institutos de pesquisa e empresas, interagindo com a comunidade e os setores produtivos. Para a CNTU, há muito o que fazer para formar profissionais nos ensinos superior e técnico, criar forte cultura empreendedora e implantar novos negócios, bem como valorizar a cultura local, em várias áreas.
A campanha “Mais ciência, tecnologia e inovação na Amazônia”.será tema da edição nº 2 da revista Brasil Inteligente, que apresentará as oito campanhas da CNTU. O lánçamento conjunto com um Kit das Campanhas será parte da programação da 4ª Jornada CNTU - Brasil Inteligente, que debaterá os desafios da década para que o país chegue ao Bicentenário da Indpendência, em 2022 com desenvolvimento e justiça social. As atividades terão início às 9h de 24 de maio (sexta-feira), no Auditório do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo.
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