O que cura pode matar
Na Revista Ciência Hoje, de abril, os pesquisadores Pedro Elias Marques, André Gustavo Oliveira e Gustavo Batista Menezes, da Universidade Federal de Minas Gerais, mostram como pode ser perigoso o uso inadvertido de medicamentos.
O uso abusivo e não supervisionado de medicamentos é responsável por várias internações e mortes por ano em todo o mundo. Em 2010, a Junta Internacional de Fiscalização a Entorpecentes (Jife), órgão da Organização das Nações Unidas (ONU), declarou que o uso abusivo de remédios é um problema mundial, e que o número de viciados em medicamentos é maior que o de usuários de cocaína, heroína e ecstasy somados.
Os dados são ainda mais preocupantes: o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), agência federal dos Estados Unidos, revelou que triplicou naquele país, de 1990 a 2008, o número de mortes por overdose de analgésicos. No Brasil, para que se tenha uma ideia do volume de remédios consumidos pela população, mais de 92 milhões de comprimidos de aspirina (marca comercial mais famosa do analgésico ácido-acetilsalicílico) foram consumidos em 2009. No mundo, são vendidas cerca de 216 milhões de unidades por dia.
A incidência de doenças hepáticas causadas por drogas ou toxinas tem aumentado bastante em vários países, inclusive no Brasil, e isso se deve principalmente ao abuso de álcool, de drogas ilícitas e até de medicamentos. Como uma das principais funções do fígado é a de metabolizar substâncias que ingerimos, ele é um dos órgãos que mais sofrem com esse abuso. O fígado pode ser danificado diretamente pelas substâncias nocivas que entram em contato com suas células ou por aquelas geradas por ele ao tentar decompor e neutralizar essas toxinas.
A reportagem está na edição da Revista Ciência Hoje. Baixe a versão integral da matéria.