CNTU debate na Tunísia a democratização da Ciência
No encontro que debate alternativas para a construção de Outro Mundo Possível, Murilo Pinheiro defende que as conquistas geradas pelo conhecimento humano sejam úteis para a humanidade e não para privilegiados
Nesta quinta-feira (28/03), na Universidade de El Manar, na cidade de Tunes, capital da Tunísia, uma atividade organizada por entidades brasileiras colocará em questão a utilização da ciência e tecnologia. No âmbito da discussão que se faz tradicionalmente no Fórum Social Mundial (FSM), que busca dar visibilidade à construção de alternativas para construir um mundo mais justo, é fundamental analisar e propor alternativas para a apropriação e acesso à ciência, tecnologia e inovação por todos os povos do mundo. Ou, seja é a luta para que o avanço científico e tecnológico seja usado para melhorar a vida das maiorias, não para enriquecer alguns.
*Confira o álbum de fotos da atividade da CNTU na Tunísia
Esta será a posição do presidente da CNTU, Murilo Celso de Campos Pinheiro, na atividade que faz parte da programação do FSM, no eixo temático 6, em que organizações do mundo todo discutirão o conceito de justiça cognitiva, buscando "o direito inalienável dos povos ao patrimônio cultural da humanidade, pela descolonização do pensamento e a democratização do saber, da cultura, da comunicação e das tecnologias, e pelo fim dos saberes hegemônicos e da privatização dos saberes e da tecnologia, e por uma mudança fundamental no sistema de direitos da propriedade intelectual e da pesquisa científica”.
Como exemplo, Pinheiro defende que as pesquisas científicas na área da saúde devem servir a livrar a todos de doenças, não gerar lucros absurdos à indústria farmacêutica; os ganhos de produtividade na indústria devem diminuir a jornada de trabalho e garantir tempo livre ao trabalhador e não serem apropriados simplesmente por quem detém os meios de produção; os avanços na área de tecnologia da informação devem servir a difundir a informação, a cultura e a educação, não simplesmente para gerar negócios milionários. Segundo ele, é preciso ter a preocupação em o ambiente e o bem estar humano. Nesse sentido, é preciso estimular tecnologias limpas, como a geração de energia alternativa.
A ideia básica é a de que o avanço científico e tecnológico seja estimulado com o objetivo de servir à humanidade e ao ambiente. Uma mensagem importante é que não é a tecnologia que é ruim. Por exemplo, a automação e a informatização não geram desemprego, mas o uso que se faz delas.
Da Redação