Campanha salarial inicia com palestras sobre Valorização
O Sindicato dos Farmacêuticos de São Paulo lançou, na última quinta-feira, 21, sua Campanha Salarial 2013. A abertura da campanha aconteceu na sede do Sindicato dos Engenheiros com o seminário “Valorizaç&atild
Compuseram a mesa de abertura o presidente do Sinfar-SP, Paulo Teixeira, o presidente da Federação Nacional dos Farmacêuticos - Fenafar, Ronald Ferreira dos Santos, o presidente do Conselho Regional de Farmácia – CRF-SP, Pedro Menegasso, a representante da secretaria da mulher trabalhadora da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil - CTB, Raimunda Gomes, o diretor tesoureiro do Sindicato dos Práticos de Farmácia de São Paulo - SINPRAFARMA-SP, João Pereira de Brito, e representando a Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados - CNTU e Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo - SEESP, Jonas da Costa Matos.
O seminário com a presença de Luiz Carlos Moro, advogado especializado em direito trabalhista, e Marco Aurélio Pereira, Coordenador Geral de Gestão do DAF/SCTIE/Ministério da Saúde e do Programa Farmácia Popular e a discussão teve como ponto chave a necessidade da coletividade para alcançar mais conquistas para a categoria.
Luiz Carlos Moro iniciou sua palestra explicando a etimologia da palavra “obrigado”, e comparando esta expressão de agradecimento muito usada no Brasil com as amarras hierárquicas históricas entre patrão e empregado que permeiam as profissões, mesmo aquelas consideradas liberais, como os farmacêuticos. Ele ainda pontua que a regulamentação da profissão deve regular também o contrato de trabalho do farmacêutico, aplicando direitos trabalhistas.
Moro explica que poucas são as profissões que tem tanta dispersão dos trabalhadores como a dos farmacêuticos, e isso se dá porque a maior parte destes profissionais está trabalhando em drogarias e farmácias, locais que incorporam os funcionários às iniciativas comerciais e cujo esquema de trabalho não incentiva solidariedade entre os empregados, que atua como fator agregador e que dá origem à organização em sindicatos e ações de valorização da profissão.
Ele defende o projeto de lei das 30 horas para os farmacêuticos, lembrando do artigo 24 da Declaração Universal de Direitos Humanos. “O projeto de lei que estipula a jornada de 30 horas, é tão somente a concretização de algo que a sociedade internacional já estabeleceu como um mínimo para a humanidade em 1948, limitação razoável para as horas de trabalho”.
Em sua palestra ainda aborda temas como a importância política dos sindicatos desde a base ao nível nacional, das dificuldades enfrentadas pelos profissionais em seu local de trabalho, a necessidade de sensibilizar a sociedade sobre a importância do farmacêutico na saúde da população e lembra que a melhor forma de o trabalhador garantir seus direitos e mais conquistas é através da Convenção Coletiva de Trabalho. “É o substrato da luta de cada um de vocês.”
O segundo palestrante, Marco Aurélio Pereira, explica ser fundamental o entendimento da sociedade da importância do farmacêutico para a saúde das população. Ele pontua que a assistência farmacêutica obteve grandes avanços ao longo dos anos e sua relevância na promoção da saúde tem sido reconhecida inclusive pelo governo. “Algo que antes não sabíamos conceituar passa a fazer parte de uma estratégia dentro do Ministério da Saúde”
Marco faz uma retomada histórica dos grandes movimentos farmacêuticos que levaram à aprovação de importantes leis que não apenas regulamentam o exercício da profissão, mas também beneficiam a população. Ele relembra um dos marcos de grande organização e mobilização da categoria farmacêutica, que foi a luta contra o projeto de lei Marluce Pinto, que dispunha sobre a não obrigatoriedade da presença do farmacêutico em farmácias e drogarias. Embalados nesta força de luta, os farmacêuticos conseguiram que tramitasse o substitutivo do Ivan Valente, que trata as farmácias e drogarias como estabelecimento de saúde.
Ele ainda aponta que a responsabilidade começa sendo individual, mas uma revolução acontece em modo coletivo e ressalta a importância da união das entidades como ocorreu na ocasião.
O evento foi encerrado com um debate e com a exposição das principais bandeiras de luta da categoria na Campanha Salarial 2013 pelo presidente do sindicato, Paulo Teixeira, que são o aumento salarial, valorização do trabalho, não à precarização do trabalho, benefício do vale refeição e reciclagem tecnológica. Ele lembra que a jornada de 30 horas não é apenas importante para o trabalhador, mas também para a sociedade. Ele ressalta a relevância deste encontro de entidades e farmacêuticos para as lutas pela valorização do trabalho e convida a todos para participar das assembleias de deliberação da pauta de reivindicações para a negociação da Convenção Coletiva de Trabalho. “Este momento de abertura da campanha é importante para reunir os farmacêuticos e inspirar a coletividade, mas a participação de todos nas assembleias a serem realizadas nos próximos meses em diversas cidades do Estado representam muito mais, pois assim teremos contato com os anseios da categoria”, comenta Teixeira.
Fonte: Sinfar
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