Alexandre Padilha se reúne com representantes das entidades
“Se não houver condições de residência médica nos municípios escolhidos pelo MEC e MS, os futuros profissionais vão procurar melhores regiões para trabalhar e a partir disso não retornar&
O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, convidou a Federação Nacional dos Médicos (Fenam), para um almoço, na última terça-feira (5). Na ocasião, os pontos discutidos foram o Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (PROVAB), trabalho médico e a abertura de novas escolas nos municípios carentes do Brasil, entre outros. Representantes das entidades médicas AMB e CFM também estiveram presentes.
Por estar na Costa Rica, na Corte de Direitos Humanos apresentando um relatório sobre o caos que se encontra a saúde brasileira , o presidente da Fenam, Geraldo Ferreira, não pode comparecer ao almoço e foi representado pelo Diretor de Formação Profissional e Residência Médica, Antônio José. Ele disse que a reunião foi produtiva para as entidades e que "todos os representantes argumentaram para o Ministro que o caos da saúde brasileira será resolvido quando os profissionais médicos tiverem uma estabilidade profissional como condições de trabalho, piso Fenam e carreira nacional médica com concurso público".
Um dos pontos mais discutidos foi a abertura de novas escolas de medicina nas regiões mais carentes do Brasil. Para o diretor de residência médica, tem que ser feito uma analise sobre os critérios do Ministério da Educação e da Saúde em relação ao tema. "A principio a Federação não concorda com esta abertura, já temos uma quantidade de escolas suficiente". E enfatiza que "se não houver condições de residência médica nos municípios escolhidos pelo MEC e MS, de nada adianta, pois os futuros profissionais vão procurar melhores regiões para trabalhar e a partir disso não retornarão", explicou.
Já em relação ao Provab, programa do Governo que faz com que recém-formados recebam incentivos para trabalhar em áreas de maior vulnerabilidade, a Federação deixou claro que é receosa com o tema. "Embora os critérios sejam relativamente bons, o programa deixa a desejar no sentido de igualdade com a residência médica. Estão dando uma maior pontuação aos médicos jovens inexperientes que entram no Provab - em relação ao jovem que já começa diretamente na residência", desabafou Antônio José.
Um breve comentário entre os presentes surgiu em relação à prorrogação de um a dois anos no curso de medicina, "isso é considerado um absurdo, já temos um curso consideravelmente longo e terminativo para as áreas básicas, nós das entidades médicas defendemos em oferecer aos egressos das faculdades brasileiras a residência médica", explanou o diretor.
A entrada de médicos estrangeiros sem revalidação de diplomas para trabalhar no Brasil também foi um assunto relevante no encontro. Segundo o representante da Fenam, "o Ministro da Saúde garantiu que nenhum médico estrangeiro irá trabalhar no nosso país sem antes passar por uma avaliação [o mais conhecido como REVALIDA e disse ainda que o Governo não vai contratar médicos que estejam em nível acadêmico inferior aos médicos do Brasil", concluiu.
Também estiveram presentes o secretário de finanças e o diretor de comunicação da Fenam, respectivamente, Cid Célio Jayme Carvalhaes e Waldir Araújo Cardoso.
Fonte: Imprensa Fenam, Viviana Lira