Cursos no exterior: última semana
Nesta etapa, o programa está com chamadas abertas para cursos de graduação em 15 países. Pela primeira vez, há oportunidades para estudar em escolas da Suécia, da Hungria e da Noruega
Termina na próxima segunda-feira, 14, o prazo para as inscrições no programa de incentivo à internacionalização do ensino brasileiro, o Ciência sem Fronteiras, que já levou mais de 20 mil estudantes a países como Estados Unidos, Portugal e Alemanha. Com a meta de embarcar 101 mil alunos ao exterior até 2015 e com orçamento de R$ 5 bilhões, o programa é visto pelo governo federal como a principal ferramenta de modernização da mão de obra brasileira. Nesta etapa, o programa está com chamadas abertas para cursos de graduação em 15 países. Pela primeira vez, há oportunidades para estudar em escolas da Suécia, da Hungria e da Noruega.
Os interessados em participar do programa precisam ter feito mais de 600 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), estudar em uma instituição credenciada e ter cumprido mais de 20% do curso. Além desses requisitos básicos e de preencher o formulário de inscrição, os candidatos devem se adequar às políticas de cada país. A maioria exige certificado de proficiência em línguas.
Enquanto alguns se preparam para partir, quem participou do programa no ano passado retorna para o país com boas histórias de aprendizado para contar. O estudante de engenharia elétrica da Universidade de Brasília (UnB) Pedro Nehme, de 21 anos, faz parte do seleto grupo de sete estudantes que passou nove meses em Washington, capital dos Estados Unidos, com direito a estágio na Agência Espacial Americana (Nasa). Como ele descreve, "foi uma experiência excepcional".
Pedro conta que a maior vantagem de estudar em outro país é a oportunidade de trocar experiências. "O diferencial não está só na estrutura, mas nas pessoas. Eu estagiava no mesmo prédio em que um vencedor do Prêmio Nobel trabalhava", diz, orgulhoso. O estudante teve a chance de estagiar em uma área pouco explorada no Brasil. "O programa espacial é muito valorizado pelos americanos. Fico feliz de ter feito parte de um projeto capaz de ajudar a observar as estrelas com mais facilidade, a ser lançado apenas em 2015."
Para ele, a experiência vale muito para o futuro profissional. "Essa é uma área muito abrangente, envolve outras indústrias, como a química e a eletrônica, e também engloba a academia. A formação é ainda mais completa por nos ensinar, na prática e com testes, como as fórmulas e os grandes experimentos são feitos."
O programa, para Pedro, incentiva os cientistas brasileiros a trazer novas ideias e mais conhecimento para o país. O consultor educacional Celso Frauches corrobora a tese do estudante. O programa, para ele, tem o grande mérito de promover essa troca de experiências. "Mas ainda falha na falta de planejamento para receber esses profissionais qualificados e ainda esbarra na barreira da língua", ressalva.
Frauches lembra que o inglês obrigatório nas salas de aula do Brasil ainda é muito precário. "O inglês é quase universal na maioria das universidades, mas o país ainda falha no seu ensino." Recentemente, o Ministério da Educação lançou o programa Inglês sem Fronteiras, para tentar suprir essa demanda por fluência na língua inglesa.
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