Com sindicalista preso por greve, médicos param em Alagoas
Após prisão de Wellington Galvão, presidente do Sindmed médicos vão suspender atendimentos em Alagoas. Em assembleia, legistas decidem pela continuidade da greve no IML. Reunião no TJ está prevista par
Um dia após a prisão do presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas, Wellington Galvão, os médicos vão suspender os atendimentos no serviço público por uma hora. O protesto será realizado a partir das 11horas da manhã desta terça-feira (25) e deve atingir unidades hospitalares na capital e no interior, no entanto, os casos de urgência e emergência não serão prejudicados.
O protesto foi uma das decisões tomada pela categoria em assembleia nesta segunda-feira à noite após a liberação do sindicalista pela polícia. Galvão foi preso pela Divisão Especial de Investigações e Capturas (Deic), em sua clínica, levado para Central de Polícia e solto após assinar termo de compromisso e de se apresentar à Justiça para responder a processo por desobediência.
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A prisão de Galvão havia sido decretada no sábado (22) pela presidência do Tribunal de Justiça que determinou a volta ao trabalho dos legistas tanto em Maceió quanto em Arapiraca. Porém, a categoria descumpriu a ordem judicial o que culminou com a prisão do médico.
Negociações
A mesa de negociação com o Estado pode ser restabelecida nesta terça-feira. Uma reunião no Tribunal de Justiça está agendada para as 16 horas, conforme o presidente do Sinmed. Os legistas devem levar a nova pauta de reivindicação que foi reformulada na assembleia de ontem.
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Os legistas querem: 1- implantação de carreira própria nos moldes do Estado do Ceará; 2- piso salarial de acordo com a média do nordeste – que varia entre R$ 8 mil a R$12 mil; 3- que nenhuma retaliação seja mantida, ou seja, a retirada de todas as medidas de repressão contra a categoria – multas e pedidos de prisão; 4- local com condições mínimas para a realização das atividades do Instituto Médico Legal.
Exercício ilegal
Wellington Galvão disse ainda que os médicos da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros não podem fazer os exames de necropsia. Segundo o sindicalista, esses exames só podem ser feitos por especialistas. “Se não for legista, os exames serão considerados nulos porque não será feita por um profissional qualificado”, declarou.
“Os próprios médicos da PM sabem disso. É como se eu fosse convocado para realizar cirurgia, mas não é minha especialidade. Eu iria matar as pessoas”, acrescentou Galvão afirmando que a medicina legal é uma especialidade médica. (Marigleide Moura/Primeira Edição)
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