Governo tenta alavancar nanotecnologia nacional
O Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologias (SisNano), seŕa uma rede voltada a formar uma base de infraestrutura para pesquisa e desenvolvimento, promovendo a interação entre empresas que trabalhem com mat&eacu
Micro e nanotecnologias
"O Brasil tem que dar esse passo, tem que criar uma infraestrutura que permita, tanto ao pesquisador industrializar a tecnologia, como às empresas terem acesso a uma rede de conhecimento para converter ideias de seus setores de desenvolvimento em produtos".
A avaliação é do físico Flávio Plentz, que assumiu, nesta semana, a coordenação geral de micro e nanotecnologias do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (CGNT/MCTI).
Para Plentz, esses avanços viriam em um momento de maturidade do cenário nacional.
"Nos últimos anos, o Brasil deu um salto muito grande em formação de recursos humanos, em produção de trabalhos científicos e em publicação de artigos", diz. "Se não está completamente consolidado, esse sistema está em um patamar muito melhor do que ocupava em um passado recente."
SisNano
O coordenador tem a expectativa de que o Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologias (SisNano) promova a interação entre pesquisadores e empresas que trabalhem com matérias em escala atômica.
"Na verdade, vai ser uma rede de laboratórios financiada pelo ministério, que deve formar uma base de infraestrutura para pesquisa e desenvolvimento em nano", adianta.
A próxima etapa para a implantação do SisNano deve ocorrer no fim de agosto, quando o Comitê Consultivo de Nanotecnologia analisar as primeiras propostas de instituições interessadas em compor a rede.
Comitê de Nanotecnologias
Já para integrar a gestão das atividades, o coordenador do CGNT considera fundamental a atuação do Comitê Interministerial de Nanotecnologias (CIN), fundado em 9 de julho para organizar as ações do governo.
"Esse comitê coloca a nanotecnologia num outro nível de ação governamental, porque ele vai poder criar um determinado programa a partir de conhecimentos e recursos de oito ministérios", analisa Plentz. "Isso vai dar uma consistência, uma robustez bem maior para as ações do MCTI e do governo federal".
O MCTI coordena o grupo, com participação dos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Defesa (MD), do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), da Educação (MEC), do Meio Ambiente (MMA), de Minas e Energia (MME) e da Saúde (MS).
Para aproximar o País das potências mundiais no setor, o MCTI instituiu em fevereiro o Centro Brasil-China de Pesquisa e Inovação em Nanotecnologia (CBC-Nano). A formatação da rede cooperativa está na pauta de uma comitiva brasileira com viagem programada para a Ásia em setembro.
Objetivos do SisNano
Veja a lista de objetivos do SisNano:
- estruturar a governabilidade para as nanotecnologias;
- desenvolver um programa de mobilização de empresas instaladas no Brasil e de apoio às suas atividades, para atuarem no desenvolvimento de processos, produtos e instrumentação, envolvendo ciência e tecnologia na nanoescala;
- promover no País o avanço científico e tecnológico e a inovação ligados às propriedades da matéria na nanoescala;
- otimizar a infraestrutura, o desenvolvimento de pesquisa básica e aplicada e as atividades ligadas à inovação na nanoescala, servindo como suporte ao avanço acelerado do País na área estratégica de nanotecnologias, dotando o País de infraestrutura no mínimo equivalente aos países mais adiantados na área e de formas de operação adequadas à participação de todos os atores relevantes nesse processo;
- consolidar e ampliar a pesquisa em nanotecnologias, expandindo a capacitação científica e técnica necessária para explorar os benefíciosresultantes dos desenvolvimentos associados e suas implicações tecnológicas em: nanofabricação, desenvolvimento e aplicação de nanopartículas, instrumentação em nanociência e nanotecnologia, processos em nanoeletrônica, nanotoxicologia, energias renováveis e limpas, nanobiotecnologia, nanocompósitos, nanofármacos, nanossensores, nanoatuadores e materiais nanoestruturados;
- universalizar o acesso da comunidade científica, tecnológica e de inovação do País à infraestrutura avançada para produção e caracterização de nanoestruturas e produtos finais, utilizando propriedades da nanoescala e materiais baseados nessas propriedades;
- capacitar o País a desenvolver programas de cooperação internacional em condições de igualdade com os parceiros atualmente mais desenvolvidos na área, sempre tendo em vista os grandes objetivos nacionais;
- desenvolver programas de cooperação internacional junto aos países do Mercosul, objetivando à formação de recursos humanos, à promoção de reuniões conjuntas e à troca de experiências na área de nanotecnologias; e
- promover a formação, capacitação e fixação de recursos humanos, a educação em nanotecnologias e sua divulgação.
Fonte: Inovação Tecnológica
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