Movimento nacional alcança 44 instituições
Sindicato procura acordo com o governo desde 2010 e informa que essa não é uma greve por questões salariais, o movimento aguarda novas propostas para reestruturação na carreira e melhorias das condiçõe
A greve de professores das universidades federais brasileiras completou uma semana. Até o momento, 44 das 59 instituições estão paradas, incluindo a Universidade de Brasília (UnB). A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e a Universidade Federal de Grande Dourados (UFGD) também devem aderir ao movimento a partir da próxima segunda-feira. Segundo o Comando Nacional de Greve, coordenado pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN), nenhum desses câmpus funciona normalmente, apesar de não ser possível contabilizar exatamente quantos educadores aderiram ao movimento.
Para tentar chegar a um consenso, o Comando tem uma reunião marcada para segunda-feira com representantes do Ministério do Planejamento e da Secretaria de Ensino Superior (Sesu), do Ministério da Educação (MEC). Na pauta, as duas principais reivindicações dos grevistas: reestruturação na carreira e melhorias das condições das universidades. "Essa não é uma greve por questões salariais. Desde agosto de 2010, estamos tentando entrar em um acordo com o governo federal, e eles sempre apresentam a mesma proposta", afirmou Billy Graeff, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e representante da instituição no movimento.
Indignação
Segundo o ANDES-SN, a negociação feita com o Executivo nacional previa a conclusão da proposta sobre reestruturação da carreira em 31 de março. Porém, o ministro Aloizio Mercadante afirmou na quarta-feira que o governo tem até 31 de agosto para concluir os trabalhos. Outro ponto de indignação dos docentes é a condição precária das 14 instituições federais que integraram o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), instituído em 2007 pelo MEC. "Na verdade, é um saldo de inconformidades. A expansão dos câmpus federais aumentou o fardo dos professores. O governo Lula expandiu, mas não resolveu os problemas estruturantes que já existiam", criticou o professor da UFRGS (leia Para saber mais).
Fonte: Correio Brasiliense