Sociedade civil se prepara e CNTU debate Rio + 20
Na última semana, Grupo de Articulação da Cúpula dos Povos debateu a grande agenda da sociedade civil e preparativos para junho. Nesta semana, CNTU debate suas prioridades com transmissão online. Acompanhe!
A natureza é e deve ser tratada como um bem comum. Mas existe um risco enorme de que seja transformada em um pacote de ativos financeiros, bom para especular e transformar em negócios mas impossível de sustentar e transformar em desenvolvimento inclusivo. Esta foi a preocupação expressa pelas organizações brasileiras e internacionais que participaram na última semana de um seminário preparatório da Cúpula dos Povos para a Rio+20, que será realizada entre os dias 13 e 22 de maio, em parte paralela à Conferência oficial da ONU (Organização das Nações Unidas), sobre Desenvolvimento Sustentável. Esse processo de financialização da natureza já está em curso, disse Silvia Ribeiro, da rede ETC, que alertou para a importância do engajamento da sociedade civil na defesa de alternativas.
As notícias sobre propostas do setor financeiro, que circularam na semana passada, indicam que a preocupação com a disputa pela agenda da Rio + 20 procede. Um grupo de instituições internacionais, incluindo setores do Banco Mundial, lançaram dia 3 de Maio, nos Estados Unidos, o documento intitulado "Declaração do Capital Natural" que trabalha justamente a financialização de bens comuns como ar, água, verde, atribuindo valores que permitam negociar esse "capital".
Ao mesmo tempo, na Cúpula dos Povos, despontam as campanhas, como a que está sendo proposta pela Associação Brasileira de ONGs (Abong) contra o conceito de Economia Verde que foi apropriado pelas corporações interessadas em fazer da oportunidade aberta pela Rio+20 um aval para novos modelos de negócios com a chancela ambiental mas que não contribuem para a sustentabilidade do planeta.
Considerando os interesses de governos e econômicos que direcionam e limitam o poder de alcance da Conferência Oficial da Rio + 20, as organizações reunidas no último encontro do Grupo de Articulação (GA) da Cúpula dos Povos, estão jogando todas as fichas nesse evento paralelo, de responsabilidade da sociedade civil organizada e seus movimentos sociais. Iara Pietricovsky, integrante do GA, enfatizou que a Cúpula dos Povos não será apenas um evento reativo ao que vier do encontro oficial da ONU, mas deve transcender e apresentar as verdadeiras propostas dos povos para um mundo com justiça ambiental e social.
Para contribuir com os esforços da sociedade civil, tanto nos debates da Conferência da ONU sobre o Desenvolvimento Sustentável, tanto na Cúpula dos Povos, a CNTU fará um seminário para articular sua atuação em defesa dos profissionais liberais universitários brasileiros com as lutas globais por um mundo melhor. O encontro será realizado dia 18 de maio, das 9h às 18h, no Sindicato dos Engenheiros de São Paulo (Seesp), e reunirá representantes das Federações abrangidas pela Confederação e dos poderes Executivo, Legislativo, Judiciário, dos partidos políticos, entidades ambientalistas, sindicais, acadêmicas e empresariais
.
O seminário vai abordar os seguintes temas: "Da Rio 92 à Rio+20: em busca de um novo projeto de desenvolvimento sustentável para o mundo", "Cidades e desenvolvimento: desafios inovacionais" e "Trabalho e melhor qualidade de vida para todos: caminho contra as crises e as guerras".
Segundo o diretor de articulação nacional da entidade, Allen Habert, “o seminário vai possibilitar a discussão e a elaboração de uma política da CNTU no contexto desses grandes eventos, levando em conta o desenvolvimento sustentável, a inclusão social e a consciência ecológica. Será a contribuição dos trabalhadores liberais universitários para os debates no Rio de Janeiro."
Ao final do seminário ocorrerá o lançamento da Campanha e Revista Brasil Inteligente.
Redação CNTU