Cúpula das Américas enfrentará temas polêmicos
Encontro marcado para dias 14 e 15 de Abril, em Cartagena, pode mudar políticas no continente. Brasil quer fim da restrição à presença de Cuba na reuniãos dos Chefes de Estado. Colômbia e México
Colômbia e México, com apoio tácito dos EUA, querem montar um grupo de trabalho na Cúpula das Américas, com integrantes de vários países para examinar as implicações e um possível marco regulatório da legalização de algumas ou todas as drogas, como maconha e cocaína. As conclusões dessa comissão seriam apresentadas à Organização das Nações Unidas (ONU), para subsidiar ações internacionais coordenadas, alternativas às atuais políticas de proibição, como um reconhecimento de que estas fracassaram após 40 anos sendo aplicadas no continente. A proposta de trabalho será levada à próxima edição da Cúpula, na cidade colombiana da Cartagena, entre os dias 14 e 15 de abril, reunindo 33 chefes de Estado do continente.
Cuba ainda não está representanda nesse encontro, ainda sob embargo econômico norte-americano. Rafael Correa, presidente do Equador, também não participará da reunião, em protesto contra a ausência de Cuba. E a presidenta Dilma Roussef quer que seja a última vez em que isso aconteça. Na conversa reservada desta segunda-feira (9) com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, na Casa Branca, ela marcará posição em defesa de Cuba, que é também a de outros países do continente. Governantes de 12 dos 34 países convidados para Cartagena farão declarações de repúdio à falta de assento para Cuba no evento.
Dilma avisará que, caso a situação em relação ao país caribenho não mude, o próximo encontro, em 2016, ficará completamente esvaziado. Lembrando que nos últimos anos os encontros da Cúpula tem contribuido para seu enfraquecimento. Na prática, Dilma quer arrancar de Obama, neste ano de eleições presidenciais nos Estados Unidos, o compromisso político de que o governo americano vai restabelecer relações com a ilha governada por Raúl Castro, irmão e sucessor de Fidel Castro no comando do país. Obama é candidato a um segundo mandato pelo Partido Democrata.
Outros problemas vão concorrer pela atenção dos líderes no encontro de cúpula, como a reivindicação argentina pela soberania das ilhas Malvinas.
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