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28/02/12

Pacto contra a desindustrialização

Representantes dos trabalhadores e do setor empresarial lançaram no dia 27 o manfesto "Grito de alerta em defesa da produção e do emprego brasileiros". Novo ato está marcado para 4 de abril.

Em encontro ontem (27), em São Paulo, que deveria contar com a presença do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel –  a participação foi cancelada horas antes do evento - foi lançado o “Grito de alerta em defesa da produção e do emprego brasileiros”. O documento, assinado por diversas centrais sindicais e entidades empresariais chama a atenção para estagnação no setor industrial e propõe medidas para reverter a situação. 

O texto contém cinco eixos emergenciais: medidas macroeconômicas; investimento produtivo como promotor do crescimento econômico; defesa comercial com inversão atual do quadro de invasão das importações no mercado brasileiro; fim dos incentivos fiscais às importações; e crescimento industrial como prioridade da política econômica com metas e contrapartidas. 

Durante encontro, realizado na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) foi definido também plano de ação com a realização de atos em vários estados (ainda sem datas definidas) e manifestação na avenida Paulista, em São Paulo, no dia 4 de abril, com passeata até a Assembleia Legislativa. Deve acontecer audiência com a presidente Dilma Rousseff, na próxima quinta-feira (1º).

Quadro adverso

“Em 1985, a indústria representava 27% do PIB (Produto Interno Bruto). Em 2011, essa fatia deverá fechar inferior a 16%”, indica o presidente da Fiesp , Paulo Skaf. “Em 2011, tivemos um crescimento de apenas 0,3% no setor industrial do País”, contabiliza o presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Wagner Gomes.

Skaf cita as condições macroeconômicas adversas, como câmbio e juros, além da burocracia, carga tributária e infraestrutura deficiente, como inibidores da competitividade do produto nacional frente ao importado. “Se o cenário macroeconômico não é favorável, o empresário acaba por importar mercadorias e por produzir fora do País. Com isso, quem perde mais é o Brasil, que deixa de gerar os empregos, renda, consumo, investimentos e até arrecadação”, avalia.

Paulo Cayres, presidente da CNM/CUT (Confederação Nacional dos Metalúrgicos/Central Única dos Trabalhadores), apesar de integrar o movimento, não define a situação atual como de desindustrialização. Para ele, se o governo não mudar a política industrial agora, daqui a cinco anos o País poderá sim enfrentar esse processo. “A indústria é o ‘carro chefe’ de qualquer economia forte”, afirma.

 

Aqui e agora

Já para Paulo Pereira da Silva, Paulinho, presidente da Força Sindical e deputado federal pelo PDT de São Paulo, a desindustrialização é um fenômeno visível, uma vez que parcela crescente dos bens comercializados no País é importada. Para comprovar, ele aponta o déficit de 2011 na balança comercial de produtos industrializados, que ficou em US$ 93 bilhões, 30% maior que em 2010.

Paulinho criticou ainda a ausência de uma política industrial que reverta essa situação, apesar das intenções governamentais. “No papel é uma beleza, mas, na prática, tem pouca eficácia. Precisamos de urgência, pois a situação só tende a piorar”, advertiu, ressaltando que a nova iniciativa anunciada para o setor, o PBM (Programa Brasil Maior), também está demorando a ser implementada.

Segundo a assessoria de Comunicação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, os núcleos dos 19 Conselhos de Competitividade, do PBM, já estão todos implantados e em funcionamento desde novembro do ano passado, preparando diagnósticos e diretrizes gerais preliminares. Esses diagnósticos serão apresentados nas primeiras reuniões de cada conselho, que ocorrerão até 16 de março.

 

Proteção

O presidente da Força quer que o Brasil proteja sua indústria. E receita: “Precisamos desonerar os investimentos, reduzir a carga tributária, tomar medidas de proteção comercial, aumentar e baratear o crédito ao setor, reduzir as taxas de juros e os spreads bancários, mexer no câmbio para que nossas exportações sejam mais competitivas e modernizar nossa infraestrutura.”

Gomes, da CTB, deixa claro que existem diferenças entre a pauta sindical e a do empresariado, mas concorda que a atual política macroeconômica impede que a indústria se fortaleça. Ele destaca como primeira reivindicação do movimento a aceleração da queda de juros e o fim do superávit primário. “É preciso investir mais em ciência e tecnologia, em inovação, para dar condições de criarmos empregos de mais qualidade, ligados principalmente ao setor industrial”, observa Gomes.




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