Acesso de todos à saúde é defendido pela OMS no Rio
Conferência Mundial sobre Determinantes Sociais da Saúde termina nesta sexta. Brasil defende o fim da "não igualdade" no atendimento.
O investimento em políticas sociais e num sistema de saúde público são as bases para um crescimento econômico baseado no bem-estar, afirmaram na quinta-feira (20) autoridades presentes numa conferência organizada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) realizada no Rio de Janeiro.
“Devemos aprender com erros do passado e entender a política social como um investimento, e não como uma despesa”, disse o ministro peruano de Saúde, Alberto Tejada, durante o segundo dia da Conferência Mundial sobre os Determinantes Sociais da Saúde.
O dirigente participou de um debate ao lado do ministro uruguaio de Saúde, Jorge Venegas, que ressaltou a necessidade dos governantes refletirem sobre um sistema de saúde equitativo apesar das dificuldades derivadas da crise econômica.
Por sua parte, a ministra da Saúde e Assuntos Sociais da Noruega, Anne Strom, apostou na cooperação interministerial dentro dos governos para reduzir os índices de desigualdade e acrescentou que a social-democracia é a principal via para garantir a manutenção do investimento sanitário.
Brasil defende igualdade de acesso
Com o objetivo de tornar a saúde uma prioridade na agenda mundial durante a próxima década, o ministro da Saúde da Eslovênia, Dorijan Marusic, lembrou a “grande tradição” de seu país no impulso de políticas de igualdade e a colaboração que existe entre as autoridades locais na luta contra a pobreza.
Já o professor Don Matheson, da Universidade de Massey, na Nova Zelândia, alertou que a crise econômica pode aumentar as desigualdades sociais.
“Reduzir o orçamento em Saúde é uma falsa economia porque aumenta a desigualdade, prejudica a qualidade do serviço e piora o atendimento ao paciente”, afirmou o ministro de Saúde do Reino Unido, Simon Burns.
A Conferência Mundial sobre os Determinantes Sociais da Saúde se encerra nesta sexta com um debate que tem a participação da vice-presidente do encontro, a finlandesa Maria Guzenina, e o chanceler brasileiro, Antonio Patriota. A abertura do evento também contou com participação brasileira, através da presença do presidente em exercício Michel Temer, do ministro da Saúde Alexandre Padilha, que dividiram a mesa com Margaret Chan, diretora geral da OMS (Organização Mundial de Saúde). Também participaram do evento o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes.
Responsável pelas primeiras palavras, Padilha assumiu o compromisso de investir no sistema de saúde. Um dos maiores objetivos é permitir maior acesso a medicamentos. "Nosso lema deve ser saúde com equidade [igualdade] para todos. O maior acesso aos medicamentos é algo decisivo para isso. Investir e melhorar a vida do cidadão é o caminho certo" , disse ele.
Padilha ainda defendeu atividades preventivas, o que, segundo ele, resultaria em melhor qualidade de vida. "Ainda não podemos acabar com o câncer, com doenças cardíacas e muitas outras, mas podemos tentar evitar isso, mudar a vida das pessoas de outra forma com combate ao tabagismo, com incentivo à prática de atividades físicas e muitas outras questões."
Temer, que representou a presidente Dilma Roussef no evento, defendeu o fim do que chamou de “não igualdade”. Lembrando que "o objetivo desse congresso é incentivar o fim dessa não igualdade, ele afirmou que "todos precisam ter acesso à saúde, independentemente de qualquer coisa" e citou as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) do governo Sérgio Cabral como exemplo a ser seguido. "As UPAs agem a favor da igualdade, diminuindo as filas em hospitais públicos e atendendo muito bem à população", afirmou.
O evento conta com representantes de cerca de 120 países empenhados em apontar caminhos que garantam o acesso de todos à saúde, tema central da conferëncia.
Fontes: InVivo, R7 e Efe
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