Um novo Estado
Em artigo publicado no jornal O Globo, diretor da CNTU defende modernização e salto de qualidade no serviço público. Para ele, país deve ter investimento em capital humano e em conhecimento para modernizar a adminis
Allen Habert
O Brasil atingiu a marca de 10 milhões de servidores em 2008. É um marco significativo.
Isto representa 12% da população economicamente ativa. Os EUA, a Inglaterra, a França, o Canadá, a Itália, a Alemanha, a Suécia, a Espanha e Portugal têm um número maior, proporcionalmente.
A extensão e a qualidade dos serviços públicos não são algo advindo apenas da vontade dos governos, mas fruto de conquista gradativa e contínua da sociedade.
No nosso país os serviços de educação, saúde, transportes, água e tratamento de esgotos, segurança e previdência têm tido avanços, mas necessitam de um salto modernizante e de mais qualidade.
Esta é a percepção dos usuários e de setores das camadas médias que pagam tributos. Devemos construir um novo Estado à altura da posição que o país vai ocupar entre as maiores nações. Isso, dentro de uma perspectiva econômica criativa e de desenvolvimento sustentável que poderemos conquistar nos próximos 25 anos com um crescimento de 5% a 6% ao ano.
A boa notícia é que esta temática vem sendo discutida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários — a CNTU, entidade que representa as camadas médias de nível universitário.
Deve-se transformar o país num laboratório de investimento em capital humano, intensivo de conhecimento, para modernizar a administração pública.
Ciência, tecnologia e inovação, que perpassam transversalmente todos os setores, têm um papel decisivo.
O Brasil fará 200 anos de independência política em 12 anos. Neste período poderemos trabalhar para estimular a resolução de quatro dívidas sociais como a educação, saúde, habitação e saneamento. Com isso, umnovo Estado para um país mais democrático e empreendedor deverá ser conquistado.
Fonte: O Globo, 08/02/2010