Biocombustíveis devem evitar emissões de gases
Um trabalho que simula a substituição dos combustíveis fósseis, publicado pela revista "Science", indica que a atual política para uso da terra com biocombustíveis está no caminho certo, mas alerta que uma mudança poderia provocar, sim, efeitos indesejáveis.
Liderado por Jerry Melillo, do Laboratório de Biologia Marinha de Woods Hole (EUA), o trabalho mostra, primeiro, um cenário pessimista. Efeitos "indiretos" da ampliação de produção de biocombustíveis seriam capazes de emitir até duas vezes mais CO2 que o uso direto de terras para plantar vegetais necessários ao produto.
Isso ocorrerá se pastagens desalojadas para a produção de cana, por exemplo, restabelecerem-se em áreas de floresta, provocando desmatamento. O uso irrefreado de fertilizantes nitrogenados também seria nocivo por produzir óxido nitroso, um gás de efeito estufa.
Na opinião dos pesquisadores, as políticas antidesmatamento atuais, mesmo longe de serem perfeitas, tendem a dar conta de frear esse problema. Os biocombustíveis têm vantagem que não se questiona sobre petróleo, pois plantas absorvem CO2.