Médicos e servidores iniciam diálogo com o Governo do DF

Para categoria médica, é necessário avançar no diálogo, mostrar transparência e ter regularidade nas reuniões para superar as barreiras que surgiram no início da gestão.
Na noite da quarta-feira, dia 8, o presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF), Gutemberg Fialho, e o diretor adjunto da entidade, Antônio Geraldo da Silva, junto com representantes de outras 13 entidades representativas dos servidores públicos (sindicatos e centrais sindicais) participaram de reunião com o governador Rodrigo Rollemberg e com a equipe da Câmara de Governança Orçamentária, Financeira e Corporativa do DF. Ele reconheceu que o diálogo está sendo estabelecido com atraso. “Queremos firmar um pacto naquilo que pode ser positivo, no sentido de construir agendas de consenso em prol da cidade”, afirmou o governador.
Os sindicalistas presentes deixaram claro que nenhuma das entidades nem seus representantes individualmente empenham apoio cego ao governo, que precisa demonstrar uma real mudança de posturas e práticas para conquistar a confiança dos servidores. “A abertura de diálogo é extremamente positiva. É necessário o entendimento para superar a atual situação de crise, sem abrir mão do respeito aos direitos e conquistas dos servidores”, afirmou Gutemberg Fialho.
A equipe da Câmara de Governança Orçamentária, Financeira e Corporativa do DF (grupo composto pelos titulares das Secretarias de Planejamento, Orçamento e Gestão, de Fazenda e de Gestão Administrativa e Desburocratização; pelo chefe da Casa Civil e pelo procurador-geral do DF) apresentou números que o governo vem mostrando à imprensa quando fala das dificuldades financeiras.
Segundo o secretário de Fazenda, Leonardo Colombini, são necessários R$ 3,8 bilhões para fechar todas as contas do ano e as que ficaram pendentes em 2014. Para que não haja problemas para pagamento de pessoal, afirmou, seria necessário o incremento de R$ 1,4 bilhão à receita. Não se confirmou a expectativa de que o governo apresentasse os dados abertos para análise das entidades sindicais.
Depois de a equipe apresentar as notícias preocupantes, coube a Rollemberg apontar expectativas positivas:
1 – Expectativa de aumento da receita distrital até dezembro com o uso de dinheiro de depósitos judiciais para pagar dívidas dos estados e do DF com a União. O projeto foi aprovado pelo Congresso Nacional no primeiro semestre deste ano e depende da sanção da Presidência da República para virar lei.
2 – Possibilidade de pagamento por parte do governo federal de débitos relativos à atualização do valor mensal do Fundo Constitucional, que totalizariam aproximadamente R$ 1 bilhão.
3 – Aporte de R$ 1,2 bilhão com a securitização da dívida ativa aprovada pela Câmara Legislativa. Com isso, o governo vai antecipar o recebimento de créditos tributários por meio de operações no mercado financeiro.
Frustrou o movimento sindical não terem sido abordadas sequer as mais prementes demandas comuns ao conjunto dos servidores e a ausência de representações de todas as categorias. “Naturalmente, houve algum desconforto nesse encontro. É necessário avançar no diálogo, mostrar transparência e ter regularidade nas reuniões para superar as barreiras que surgiram no início da gestão. Os servidores estão dispostos a colaborar para o sucesso da gestão, pelo bem de Brasília, mas também precisam de demonstrações de boa vontade da parte do governo. Retirar da pauta da Câmara Legislativa os Projetos de Lei Complementar 19, 20 e 21 seria um bom começo”, destaca Gutemberg Fialho. Esses projetos propõe alterações nas aposentadorias e na previdência equivocadas e desfavoráveis para os trabalhadores.
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