Brasil Sorridente sem dentista?

Os odontologistas do Rio Grande do Norte preparam ações para impedir que a clientela de serviços públicos de saúde bucal seja encaminhada diretamente a técnicos e laboratórios protéticos sem passar por avaliação e atendimento odontológico profissional.

O problema que preocupa o Conselho Regional de Odontologia e a Federação Interestadual de Odontologia vem ocorrendo principalmente no programa Brasil Sorridente, do SUS, destinado à prover a reabilitação oral a usuários da saúde com perda de dentes. O alerta é do presidente do CRO-RN, Glaucio Morais, que prepara denúncia ao Ministério Público e ação junto às Prefeituras e Sindicatos para fiscalização e medidas cabíveis.
"As prefeituras, por não terem a orientação adequada, contratam os laboratórios de prótese diretamente, encaminham pacientes para lá, e o SUS financia. Mas faltou nesse caminho o profissional que trata a boca do paciente e faz o encaminhamento correto." Sem isso, explica Glaucio, a população fica exposta a atendimentos que podem agravar seu problema odontológico ou inadequados para sua boca.

Outra providência a ser tomada pelos odontologistas é contatar os 177 coordenadores de Saúde do Rio Grande do Norte, orientá-los e cobrar sua responsabilidade por encaminhamentos que soneguem à população o direito de ser atendida por odontologistas e de ter o encaminhamento correto para obtenção das próteses.

Com esfera de ação do no Rio Grande do Norte, o dirigente do CRN alerta também que o problema ocorre em todo o País, já que o programa Brasil Sorridente é nacional. Além da reabilitação, estão em jogo a prevenção e tratamento de todo tipo de problema de saúde bucal, que também são parte do programa.

Os odontologistas devem cobrar do Ministério da Saúde a adoção de medidas eficazes para coibir a irregularidade em todo território nacional. A reabilitação oral é preocupação da CNTU transformada em uma das prioridades da sua Campanha Brasil Inteligente, sob o tema  Reabilitação oral para inclusão social.  Com ela, a CNTU e a FIO se mobilizam pela continuidade e fortalecimento da política nacional de reabilitação bucal dos idosos, notadamente daqueles com 65 anos de idade ou mais com perdas dentárias, e defendem que essa ação se transforme em política de Estado.

Redação CNTU