A cobertura da mídia sobre Mariana

O rompimento de duas barragens no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, na quinta-feira passada (5), deixou dezenas de pessoas feridas e desabrigadas. Há quatro mortes confirmadas pelas autoridades.
As barragens de Fundão e Santarém eram de responsabilidade da empresa Samarco, que tem 50% de suas ações nas mãos da Vale, uma das maiores mineradoras do mundo. A outra metade pertence à australiana BHP Billiton.
A lama de rejeitos das barragens já chegou ao Rio Doce, o que provocou o corte no abastecimento de água em algumas cidades. Especialistas também apuram sobre os riscos à saúde e ao meio ambiente do rejeito de minério de ferro liberado.
A falta de informações confiáveis leva a imprensa alternativa a somar esforços para coberturas conjuntas, a exemplo do jornal Brasil de Fato realiza a cobertura junto a parceiros, como os Jornalistas Livres, o Levante Popular da Juventude e comunicadores de Minas Gerais.
No entanto, a pouca visibilidade dada pela grande mídia ao desenrolar dos acontecimentos e as enormes ameaças que ainda pairam sobre a população, o abstecimento, a natureza e o meio ambiente levaram a programação de um debate nesta segunda-feira, às 19h, na Casa do Jornalista, em Belo Horizonte (Av. Álvares Cabral, 400 - Centro).
No Congresso, o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) fez um pronunciamento, na tribuna da Câmara, criticando a cobertura jornalística feita sobre o rompimento da barragem e as consequências dessa catástrofe. Ivan disse que há um silenciamento por parte dos meios de comunicação sobre a responsabilidade que as empresas Vale S/A e BHP Billiton têm nessa tragédia. Enquanto isso, na Câmara Federal, os parlamentares discutem alterações no código da mineração.
+ Notícias