CNTU participa da Marcha Mundial pelo Clima
Em todo mundo, mais de dois mil eventos reuniram cerca de 700 mil manifestantes para pressionar países a assinarem acordo para reduzir aquecimento global. Em São Paulo, chuva atrapalhou mas CNTU esteve presente.
Mesmo com a forte chuva que caiu em São Paulo (SP), cerca de duas mil pessoas estiveram na Avenida Paulista, no domingo (29/11), para participarem da Marcha Global pelo clima, que antecedeu a 21º Convenção das Partes (COP21) das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que começa nesta segunda-feira (30) e vai até 11 de dezembro próximo, em Paris (França). O objetivo das mobilizações é pressionar os líderes dos governos a assinarem um pacto efetivo pela redução das emissões dos gases de efeito estufa. A CNTU, representada por seu diretor Ernane Rosas, presidente da Federação Interestadual dos Nutricionistas (Febran), e coordenador do Departamento de Alimentação da Confederação, marcou presença na marcha de São Paulo.
A expectativa da COP 21 é que chefes de estado e representantes de mais de 190 países assinem um pacto global efetivo para a redução dos gases de efeito estufa. O encontro deve reunir 40 mil pessoas na capital francesa e é a primeira vez que tantos países já tenham sinalizado positivamente suas intenções e compromissos. Em 1997, quando foi assinado o protocolo de Kyoto, eram somente 37 países signatários e todos integravam o grupo das nações desenvolvidas. Agora, mais de 160 países, dos 193 que integram a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês) se comprometeram em colaborar com a redução do aquecimento. O objetivo do encontro mundial é reduzi-lo limitando a elevação da temperatura global em 2ºC até 2100.
ernane rosas na marcha pelo clima “A chuva acabou atrapalhando um pouco, mas estávamos lá nos somando a essa grande mobilização pelo planeta”, contou Ernane Rosas, que durante o ato, em sua fala, alertou sobre os perigos do agrotóxico e da dependência da sociedade às corporações. “Só o estado de São Paulo consome 5% da produção mundial de agrotóxico e 90% da produção mundial de alimentos está nas mãos de 11 corporações”, afirmou o também presidente do Sindicato dos Nutricionistas do Estado de São Paulo.
De acordo com balanço dos organizadores, mais de 150 cidades em todo o mundo sediaram manifestações pelo clima. As marchas reuniram cerca de 700 mil pessoas. O levantamento é da Avaaz, uma das organizadoras da coalização Mobilização Mundial Pelo Clima. A maior marcha foi na Austrália, que reuniu 140 mil integrantes. ambicioso. Londres teve 50 mil manifestantes; Roma e Madri, 20 mil.
A expectativa era grande na marcha de Paris, onde eram esperados mais de 300 mil manifestantes. No entanto, após os atentados terroristas na cidade no último dia 13 de novembro, a mobilização foi cancelada por medida de segurança.
Um ato simbólico reuniu centenas de pares de sapatos, na Place da La République, representando os manifestantes que não puderam marchar. Um grupo grande de pessoas acabou indo ao local que acabou sendo cercado pela polícia francesa. Os manifestantes tentaram marchar e foram impedidos pelos policiais com violência, com bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo. Durante o confronto, mais de 200 pessoas foram presas.
Primeiro dia
Na sessão de abertura, o clima foi de otimismo quanto ao resultado da conferência, com declarações de autoridades da COP e das Nações Unidas reforçando a necessidade de um acordo eficaz. Além da presença de mais de 150 chefes de estado e de governo,. De acordo com a UNFCCC, 190 países registraram as suas INDCs – sigla para os compromissos nacionais apresentados. Esses países representam 95% das emissões globais.
Apesar do clima de otimismo, cálculos sobre metas apresentadas até agora não atendem ao objetivo principal do encontro, que é limitar o aquecimento global em 2ºC em relação ao período pré-industrial – limite considerado seguro para evitar os piores efeitos das mudanças climáticas – até 2100.
Deborah Moreira
Com informa da coalização Mobilização Mundial Pelo Clima e agências internacionais