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08/03/17

Mulheres vão às ruas e fazem greve neste 8 de Março

Atos promovidos por entidades sindicais em todo o País lembram desigualdade de gênero e ameaças a direitos já conquistados.

Foto: Fernando Frazão/Agencia BrasilFoto: Fernando Frazão/Agencia Brasil 

Mulheres de diversos países sairão em protesto neste Dia Internacional da Mulher. Muitas delas também cruzaram os braços desde o início desta quarta-feira, 8 de março, se unindo a um chamado mundial de paralisação. A Greve Internacional de Mulheres, ou #8M como vem sendo chamada, vem sendo organizada de forma colaborativa por ativistas de 50 países. No Brasil, além de muitas aderirem, organizações sindicais, sociais e populares vão às ruas.

Os atos brasileiros deste ano têm como bandeira central a defesa de direitos trabalhistas já conquistados e abrem uma série de mobilizações marcadas para as próximas semanas contra a PEC 287, que propõe reforma da Previdência Social que ameaça garantias importantes, principalmente para as mulheres.

A data de hoje é resultado da movimentação realizada por mulheres em diversos países no século XX, principalmente pelo voto feminino. Greves passaram a ocorrer nas fábricas de países como Inglaterra e Estados Unidos. Em agosto de 1910, a 2ª Conferência Internacional da Mulher Socialista deliberou que as socialistas deveriam organizar, em seus países, um dia de lutas específico. Até então não existia uma data comum. Assim, cada país escolheu o seu dia: Suécia e França optaram pelo 1º de maio; EUA, pelo 26 de fevereiro; Alemanha, pelo 19 de março.

Naquele mesmo ano (de 1910), em uma greve em Nova York, houve um incêndio, no qual morreram 146 pessoas queimadas, a maioria mulheres. Esse é provavelmente o acontecimento que gerou o mito da origem do 8 de março – de que 129 operárias foram queimadas vivas, cujo registro histórico nunca foi encontrado.

Um fato certamente inspirador ocorreu em 8 de março de 1917 (27 de fevereiro no calendário russo), quando estourou uma greve de tecelãs de São Petersburgo, que gerou grande manifestação e é tida como o estopim da Revolução Russa, que explodiria naquele ano. No ano seguinte, Alexandra Kollontai liderou as comemorações pelo Dia Internacional da Mulher e consagrou o 8 de março como essa data, em lembrança à greve do ano anterior. A partir de 1922, o Dia Internacional das Mulheres passou a ser celebrado oficialmente neste dia.

Na década de 1960, o movimento feminista ganhou força, principalmente nos EUA o 8 de março voltou a ser comemorado, mas a história da greve das mulheres de Nova York foi tomando força. Na década de 1970, organizações internacionais, como a ONU e a Unesco, reconheceram a data, após muita pressão e insistência do movimento feminista. Mesmo assim, a explicação escolhida para a data foi a das 129 operárias queimadas vivas.

Paralisação em 2017
A ideia da greve neste ano é que, mesmo que não consigam se ausentar completamente de seus postos de trabalho, mulheres parem suas tarefas como um manifesto contra o feminicídio e a desigualdade de gêneros, por quanto tempo puderem, mesmo que por alguns minutos.

Uma das coordenadoras do movimento Ni Una Menos na Argentina, Cecilia Palmeiro está trabalhando na conexão entre as ações pelo mundo e explicou que a paralisação do próximo dia 8 vai funcionar nos moldes da greve geral organizada em seu país em 2016, quando mulheres usaram preto e muitas conseguiram parar por uma hora suas atividades.

No Brasil, o movimento está sendo unificado sob o nome de Parada Brasileira de Mulheres e está mais forte nos estados do Rio de Janeiro, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Vem ganhando adesões principalmente entre professores, cuja maioria é formada por mulheres, que fazem, nesta quarta, assembleias gerais em diversas capitais para votar uma greve geral por tempo indeterminado.

Em São Paulo, algumas escolas públicas e particulares não abriram, como a Escola Municipal Desembargador Amorim Lima, no Butantã, e a Politeia Educação Democrática, na Água Branca. “Nesta quarta-feira, os educadores, educadoras e funcionárias da escola não vão trabalhar para participar ativamente das manifestações. Se alguns pais quiserem usar o espaço da escola para receber algumas crianças, isso será possível, permitindo assim que as mães e educadoras possam somar nessas lutas”, diz um comunicado da Politeia.

Atos
É possível conferir um calendário de eventos nacionais aqui. No Rio de Janeiro, oito centrais sindicais e mais de 60 movimentos populares e feministas se concentrarão a partir das 16h na Candelária, centro da cidade. Abaixo, a mobilização na capital paulista, onde ocorrem diversas manifestações que, posteriormente, devem se reunir em local ainda não divulgado.

14h no Masp - Assembleia de professores do Estado de SP - pauta: greve.

14h na Praça Oswaldo Cruz - Assembleia de professores do Município de SP - pauta: greve.

15h às 20h na Sé - Marcha Mundial das Mulheres - Frente Brasil Popular.

16h no Masp - 8M paralisação internacional das mulheres SP.


Na USP
11h na USP - Nem uma a menos. Por uma USP sem violência contra as mulheres. Nenhuma creche a menos e mais vagas. Nenhum direito a menos.

11h Concentração com piquenique em frente à Creche Central da USP.

12h Passeata até o portão 1 com intervenções artísticas e corte da Avenida Alvarenga pelos direitos das mulheres.

13h30 Passeata até a FAU.

Com informações do Núcleo Piratininga de Comunicação, CTB e The Intercept Brasil



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