Geledés analisa atendimento a mulher negra vítima de violência
Geledés apresenta a pesquisa "Mulheres negras e violência doméstica: decodificando os números", realizada com apoio do edital Fundo Fale Sem Medo 2016.
Imagem: Divulgação Geledés
O Geledés Instituto da Mulher Negra divulgou um estudo, neste mês de março, que analisa o atendimento de mulheres negras em equipamentos da Rede de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres, com base em depoimentos de mulheres negras e não negras que passaram pela rede.
A iniciativa é do Instituto Avon e Elas Fundo de Investimento Social. É uma produção que se une às reivindicações das mulheres negras por políticas públicas que revertam sua primazia nos dados estatísticos sobre feminicídio.
Os relatos de mulheres que utilizam Centros de Defesa e de Convivência da Mulher (CDCMs) revelaram as dinâmicas já demonstradas em outros estudos sobre a violência doméstica: machismo, violências física e sexual; conflitos intrafamiliares, questões socioeconômicas, disputas patrimoniais etc. Contribuíram ainda para desnudar as dinâmicas diferenciadas da violência psicológica, em que a cor da pele é um importante instrumento simbólico utilizado para submissão, humilhação, desumanização e preservação do controle e do poder sobre os corpos e mentes de mulheres negras. Também salientaram as diversas restrições para o acesso e a utilização dos equipamentos voltados ao enfrentamento da violência contra a mulher.
A pesquisa ouviu ainda as profissionais que atendem nos CRMs e CDCMs, que trouxeram os desafios para a plena execução da rede de enfrentamento à violência contra a mulher; as violações aos seus direitos muitas vezes realizadas pelos serviços de segurança pública e o Judiciário; as especificidades dos territórios em que os equipamentos estão localizados e o estrangulamento da política pública; além da urgência de uma efetiva articulação entre os serviços públicos.
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Fonte: Geledés