Alunos mais pobres conquistam as universidades públicas
Dados de pesquisas sobre a juventude são analisados pela CNTU para construção de políticas sindicais juntamente com as novas gerações de profissionais universitários
A cada dia, novas pesquisas indicam variações na participação das novas gerações em relação ao trabalho e à educação, com dados significativos para a compreensão do perfil do jovem profissional universitário e trdaqueles que, nos próximos anos, irão se juntar às bases profissionais da CNTU
Com apoio do pesquisador Waldir Quadros, a CNTU vem analisando esses dados que devem subsidiar a construção das políticas e pràticas sindicais da federação, o que deve ser feito em conjunto com a juventude interessada. No último sábado (13) foi realizada a segunda reunião rumo a consolidação de um Departamento do Jovem Profissional, lançado na Jornada Brasil Inteligente, na véspera. Na oportunidade, Waldir Quadros analisou os mais recentes dados das pesquisas, que mostram aumento da população universitária, especialmente da chamada nova classe média. Novos dados corroboram essa percepão.
De acordo com a Agência Brasil, a participação dos 20% mais pobres da população brasileira na universidade pública aumentou quatro vezes entre 2004 e 2013, segundo a Síntese de Indicadores Sociais. Esse contingente era de 1,7% do total em 2004 e passou a 7,2% em 2013. Ao mesmo tempo, a participação dos 20% mais ricos caiu de 55% para 38,8% no período. O mesmo fenômeno ocorreu nas universidades privadas, em que a participação dos 20% mais ricos caiu de 68,9% para 43%, enquanto a dos mais 20% pobres cresceu de 1,3% para 3,7%.
Assim como Waldir Quadros, a esquisadora do IBGE Betina Fresneda atribui a políticas essa variação. “Houve políticas de ampliação de vagas e outras [medidas] como o ProUni [Programa Universidade para Todos] e as cotas, mas também houve aumentos da renda e da escolaridade média [do brasileiro”. A presença de cotistas nas universidades, de acordo com Waldir Quadros, tem sido um fator de melhoria no desempenho das turmas em que se encontram. Isso, segundo ele, se da em razão do empenho maior desses alunos em fazer jus ao espaço conquistado e ao estimulo que isso representa aos demais matriculados não cotistas.
A partir das pesquisas sobre a presença dos jovens e futuros profissionais no mercado e nas universidades, a CNTU pretende partir para as pequisas qualitativas sobre as perspectivas e necessidades dessas novas gerações no mundo do trabalho e iniciar uma comunicação direta com o universo jovem, começando por uma cartilha sobre instâncias de representação às quais os novos profissionais universitários podem recorrer.
Redação CNTU
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