Pesquisa de vacina contra crack é interrompida por falta de recursos
Pesquisa que vinha sendo realizada há cerca de três anos, com resultados promissores, foi interrompida por falta de recursos.
O programa Revista Brasil, da EBC, entrevistou o professor Frederico Garcia, coordenador do Centro Regional de Referência em Drogas da UFMG e um dos responsáveis por uma pesquisa de vacina que combate o vício em cocaína e crack. De acordo com seu relato, os resultados obtidos foram bastante positivos. No entanto, o trabalho foi interrompido por falta de verba.
"É uma pena estarmos parado agora por falta de recurso. As agências de fomento diminuíram muito o aporte de dinheiro a pesquisa. Não abriram novos editais. Estamos, portanto, paralisados neste momento", lamentou o professor.
Durante a conversa, exibida na segunda-feira (26/6), o especialista explicou que a substância consiste numa molécula que estimula a produção de anticorpos contra a droga e impede que ela produza o efeito do prazer no cérebro. Garcia revelou, ainda, que os testes da vacina em animais terminaram há quase seis meses e foram "promissores".
Segundo ele, o Brasil está trabalhando há quase três anos no projeto. Os pesquisadores acreditam que quem é imunizado com essa vacina e estiver dentro de um programa de tratamento, terá menos vontade de usar a droga.
O país é o terceiro do mundo a tentar produzir uma vacina contra a droga. Porém, apenas a vacina não será suficiente para o dependente químico e, sim, um tratamento com assistente social, psicólogos, psiquiatras e outros médicos clínicos.Ouça a entrevista no player acima.
"A vacina se apresenta no mundo inteiro como solução mais promissora. Mas, só isso nao resolve o problema do dependende. É uma ferramenta a mais de médicos, que precisa trabalhar em conjunto com psicólogos e psiquátras e outros médicos clínicos que contribuem no tratamento da dependência", explica o pesquisador.
Ouça a íntegra da entrevista aqui.
Fonte: EBC
(publicado por Deborah Moreira)