Denúncia: faltam 2,3 mil médicos em São Paulo
Reportagem do jornal Metro, na capital paulista, apurou que milhares de paulistanos estão na fila por atendimento nas unidades de saúde. Motivo: faltam médicos.
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Mesmo se cumprir o Programa de Metas, que prevê “implantar novas equipes de Atenção Básica com 700 profissionais médicos”, o município de São Paulo não vai solucionar nem um terço do déficit de profissionais na cidade.
Atualmente, faltam 2.360 médicos em 54 especialidades na rede pública da capital. Os dados são da prefeitura e foram obtidos pelo Metro, via Lei de Acesso à Informação. A área que mais necessita reforço é a clínica médica, que precisa de mais 439 profissionais, seguida pela tocoginecologia (ginecologista e obstetra), com deficit de 247.
A lista das dez áreas mais desfalcadas ainda tem neonatologia, ortopedia, cirurgia geral e pediatria. São Paulo tem hoje 12.682 médicos, ou 251 a mais do que em dezembro de 2016. Nesse ritmo, o deficit atual só será corrigido em 2022.
Segundo reportagem publicada na edição de quarta-feira (24/8), a queixa sobre a falta de profissionais é generalizada em praticamente todas as 453 UBSs da cidade, mas a situação é ainda mais crítica nos postos de saúde dos extremos sul e leste.
Outro lado
O secretário da Saúde da prefeitura, Wilson Pollara, contestou os dados, mesmo tendo sido fornecidos pela própria administração municipal, afirmando que o deficit de 2,3 mil médicos é “um dimensionamento antigo” e que o número atual é de 810 profissionais.
Pollara falou que em três anos, o município perdeu 17% dos seus médicos e o quadro começará ser reposto com a convocação, até o fim do ano, de 647 profissionais aprovados em concurso. Ele disse que o prejuízo no atendimento é causado por médicos contratados que faltam ao trabalho. O secretário admitiu, no entanto, que falta de segurança nas unidades e salário são fatores que afastam médicos da rede pública e que planeja pagar adicional para fixar os profissionais em áreas de vulnerabilidade.
Arte: Metro Jornal
Com informações do Metro Jornal
(publicado por Deborah Moreira)