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21/02/18

Esforços estão surtindo efeito nas 'gigantes' de alimentos, diz Ernane Rosas

Notícia boa que indica mudança na alimentação teve pouco repercussão na imprensa brasileira. Sindicato dos Nutricionistas do Estado de São Paulo (Sinesp) se posiciona favoravelmente.

Imagem: Divulgação Ministério da SaúdeImagem: Divulgação Ministério da Saúde

Os nutricionistas comemoram a informação divulgada recentemente  sobre “Mudança de hábito abala gigantes dos alimentos”.  O título é de um texto publicado por um dos jornais impressos que mais representa a chamada grande mídia, o Financial Times, e que foi traduzido e divulgado pela Folha de São Paulo na segunda-feira (19/2). Porém, sem grandes repercussões.

“É uma excelente notícia e nos dá ânimo para continuar. Isso reflete um trabalho que vem sendo feito há anos por profissionais da nutrição, da saúde e por órgãos governamentais sérios, como o Ministério da Saúde quando era representado pelo então ministro Arthur Chioro, que lançou um guia completo sobre alimentação saudável”, afirma Ernane Silveira Rosas, presidente do Sinesp. Ele se refere ao Guia alimentar para a população brasileira, publicação impressa que também pode ser acessada online neste link.

O texto da imprensa estadunidense repercute anúncio recente das empresas Kraft Heinz, Coca-Cola e Danone de que não registraram alta nas vendas em 2017, como de costume. Logo no primeiro parágrafo a jornalista Anna Nicolaou dá seu veredito: “Fabricantes de bebidas açucaradas e alimentos industrializados estão sofrendo para elevar as vendas, diante de consumidores mais conscientes sobre saúde e preços, o que os força a reduzir custos para elevar lucros e buscar aquisições para melhorar os resultados.”

Segundo ela, a Coca-Cola registrou sua mais baixa venda de refrigerantes dos últimos 31 anos, obtendo alta de 6% nas vendas de bebidas de sua linha chamada orgânica como água vitaminada, chás e similares.

No artigo, é possível observar que ela se utilizou de diversos dados soltos divulgados separadamente, além da observação cotidiana do surgimento de locais especializados em alimentos orgânicos, desde frutas, legumes e verduras, até restaurantes com essa preocupação.

“É um trabalho que parece de formiguinha. Mas, a somatória dessas ações é que tem promovido essa  mudança. Os esforços estão surtindo efeito nas 'gigantes' de alimentos”, completa Rosas.

O nutricionista também lembra do papel de campanhas que alertam sobre o uso de agrotóxico na agricultura. “Os fabricantes de agrotóxico e seus representantes, inclusive políticos, rebatem afirmando que faz mais bem do que mal. Mas a gente tem informações suficientes para constatar a relação do aumento de casos de doenças, principalmente câncer, com o  uso de agrotóxico”,  ressalta o presidente do Sinesp.

Há alguns anos o Brasil é o campeão em consumo de agrotóxico. Atualmente, consume-se o equivalente a 7,3 litros de agrotóxicos por pessoa, ao ano. Pesquisas da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e Ministério da Saúde, via Fundação Oswaldo Cruz, apontam que agrotóxicos podem causar diversas doenças, como problemas neurológicos, motores e mentais, distúrbios de comportamento, problemas na produção de hormônios sexuais, infertilidade, puberdade precoce, má formação fetal, aborto, doença de Parkinson, endometriose, atrofia dos testículos e câncer de diversos tipos.

No ano passado, o Greenpeace divulgou uma série de testes que realizou em 12 alimentos comuns da dieta do brasileiro, entre eles o arroz e o feijão, que demostraram que 36% apresentavam irregularidades em relação a agrotóxicos: ou apresentavam pesticidas totalmente proibidos no Brasil para qualquer alimento; ou continham níveis de produtos proibidos para aquela cultura específica; ou, ainda, contavam com resíduos acima do limite permitido por lei. O levantamento também mostrou que 60% das amostras apresentavam pelo menos algum tipo de resíduo de pesticida.

Outro dado sobre esses produtos é que seus fabricantes, que ainda tentam alterar a denominação para “defensivo agrícola”, ganham de diversos estados, como São Paulo, isenções de impostos, o que acarreta prejuízos na arrecadação do País.

“Elas (empresas de alimentos) demoraram a reconhecer que estão perdendo. Agora, mais do que nunca é importante continuar com as campanhas e alertar a população sobre os prejuízos dos alimentos industrializados, hoje classificados como processados e ultraprocessados, para a saúde”, reforça Ernane Rosas.

Por fim, lembrou ainda das campanhas publicitárias que mantém os grandes grupos midiáticos brasileiros, principalmente televisivos, que têm grandes destaques e não contribuem para a saúde, além do espaço reduzido para esse tema nos jornais.


Deborah Moreira
Comunicação CNTU



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