Fenafar, jovem aos 40 anos
No aniversário da federação, dirigentes, estudantes e convidados enaltecem a capacidade de luta e renovação da entidade e de uma categoria que busca ir além dos interesses corporativos
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Com o olhar atento às novas gerações profissionais, a Fenafar comemorou seus 40 anos em um ato solene durante a programação da Oficina dos 10 anos de avaliação da Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF), realizada nos dias 22 e 23 em Florianópolis. Esta foi a caracterísica destacada pelo presidente da entidade Ronald Ferreira dos Santos, durante a celebração. Para o dirigente, é fundamental que a juventude esteja envolvida nos processos de tomada de decisão. "Nesses 40 anos, podemos afirmar que a Fenafar é uma jovem, que busca sempre se atualizar frente às rápidas mudanças de contexto das nossas lutas”, destacou.
"Engajamento, preocupação e compromisso em busca de um objetivo maior, que extrapola a questão corporativa e profissional” - esta é a receita, segundo Rilke Novato Públio, vice-presidente da Fenafar, para o vigor da federação. “Nossa trajetória é vitoriosa", disse ele durante o ato solene, atribuindo o sucesso a essas marcas de atuação.
Para o assessor da Presidência da Anvisa e membro da Comissão de Indústria do Conselho Regional de Farmácia de Santa Catarina (CRF-S), Norberto Rech, a Fenafar não é uma organização etérea. "É uma construção coletiva a partir de pessoas que acreditam que uma outra realidade é possível. Precisamos comemorar esses 40 anos como uma renovação de compromissos, que se atualizam com os contextos políticos e o avanço técnico e científico dos tempos". Ele lembrou uma frase de Gandhi, que acaba sendo negligenciada ou não cumprida: "Nós devemos ser a mudança que queremos ver no mundo”.
Palestra Magna
A palestra magna da solenidade foi apresentada pela farmacêutica Clair Castilhos, que já participou de movimento estudantil, movimento feminista e da luta contra a ditadura militar. Clair falou do início de sua atividade profissional, destacando o contraste com o cenário atual – contou, por exemplo, sobre a figura do oficial de farmácia e sobre como se dava a “produção industrial” de medicamentos à época.
Clair destacou os avanços da PNAF na área da atenção primária, mas ponderou que os trabalhos também devem atingir a média e a alta complexidade. “Essa área acaba ficando para o setor privado, que muitas vezes também não consegue resolver a situação, e o usuário volta para o SUS. Precisa haver uma interferência das categorias para solucionar esse cenário”, avaliou.
O CRF-SC registrou a cerimônia, colhendo depoimentos de convidados, entre estudantes, parlamentares e gestores públicos. É muito importante para nós, estudantes, participarmos desse momento de intensa aprendizagem, o que a universidade infelizmente não nos proporciona. Quero estar daqui a 40 anos comemorando mais conquistas, e participando ativamente das lutas, seguindo o exemplo de vocês”, disse a Mariana Lenhani Martignago, estudante de Farmácia da UFSC e integrante da Executiva Regional dos Estudantes de Farmácia (Erefar-Sul)
Para a deputada estadual Ângela Albino, “espaços de organização como a Fenafar são fundamentais para a conquista dos nossos sonhos e lutas". Ela mencionou a grande conquista do movimento farmacêutico ao transformar, legalmente, a farmácia em estabelecimento de saúde. " Uma única luta levou mais de 20 anos, mesmo sendo uma obviedade, mas jamais nem teria sido colocada em discussão se não fosse a mobilização conjunta, na qual a Fenafar é uma das protagonistas”
“As – A diretora da Vigilância Sanitária de Santa Catarin, Raquel Bittencourt, também reconheceu que as lutas da Fenafar abrangem muito mais que questões corporativas: "estão diretamente ligadas às principais causas pela defesa da saúde pública brasileira”
CNTU, com Daniela Nakamura, CRF-SC
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