As mulheres em Brasília

O governo brasileiro será conduzido, por mais um mandato, por uma mulher, Dilma Rousseff, que disputou o primeiro turno com outras duas mulheres, Marina Silva e Luciana Genro. Mas existe um aparente descompasso entre essa capacidade de liderança feminina e o espaço e reconhecimento que lhes é dado pelos partidos ao organizarem suas legendas para as eleições.

Isto é  o que revela o resultado do pleito 2014 para o Congresso, que têve um aumento muito tímido do número de eleitas à Câmara dos Deputados e ao Senado.

O tema precisará ser discutido pelo Coletivo de Mulheres da CNTU, que segundo sua coordenadora geral e vice-presidente da confederação, Gilda Almeida, deverá avaliar esses indicativos considerando a representatividade das eleitas no que se refere às propostas do movimento social.

Numericamente, a desvantagem é gritante.São apenas 51 mulheres eleitas entre os 513 deputados. No último mandato eram 45, mas o aumento foi considerado frustrante. Para o Senado, são cinco novas parlamentares que se somam a outras três que cumprem a segunda parte dos seus mandatos de 8 anos.Gilda Almeida observa que mesmo tendo havido algum aumento, ainda não é possível dizer se isso reforçou a representatividade da própria luta das mulheres já que, muitas vezes, as eleitas não tem convivência ou compromissos com essas demandas.

Apesar da exigência de cota mínima de candidaturas femininas, o baixo resultado pode indicar também que os partidos investem menos nos nomes de mulheres, aceitas apenas para cumprir as regras eleitorais. Outras conseguem se impor e superar a adversidade.

Durante a campanha à reeleição para a Presidência da República, Dilma Rousseff chegou a defender igualdade na participação das mulheres na política, o que poderia significar quantidade de cadeiras no Parlamento e não apenas nas listas de candidaturas, mas este é um debate que ainda exigirá maior engajamento da sociedade, por exemplo no processo da reforma política.

O Coletivo de Mulheres da CNTU tem como um dos principais eixos o debate na participação das profissionais universitárias na politica. Por isso, a avaliação dos resultados eleitorais será tema de sua próxima reunião e posicionamento. A intenção, como explica Gilda Almeida, é divulgar uma nota com a avaliação do coletivo.

Confira os nomes das parlamentares eleitas para o Congresso Nacional

Eleitas em 2014

Rose de Freitas (PMDB-ES);

Simone Tebet (PMDB-MS);

Fátima Bezerra (PT-RN),

Maria do Carmo Alves (DEM-SE)

Kátia Abreu (PMDB-TO)

Eleitas em 2010 - ficam no Senado até 2019

Vanessa Grazziotti - (PCdoB - AM)

Lídice da Mata - (PSB - BA)

Lúcia Vánia - (PSDB - GO)

Câmara dos Deputados:

ACRE 
Jéssica Sales PMDB

AMAPÁ
Janete PSB

Jozi Rocha PTB

Professora Marcivânia PT

AMAZONAS 
Conceição Sampaio PP

BAHIA 
Alice Portugal PCdoB

Moema Gramacho PT

CEARÁ 

Gorete Pereira PR

Luizianne Lins PT

DISTRITO FEDERAL

Érika Kokay PT

GOIÁS

Flávia Moraes PDT

Magda Mofatto PR

MARANHÃO

Eliziane Gama PPS* mais votada 133 mil votos

MATO GROSSO DO SUL

Tereza Cristina PSB

MINAS GERAIS

Brunny PSC

Dâmina Pereira PMN

Jô Moraes PCdoB

Margarida Salomão PT

Raquel Muniz PSC

PARÁ 

Elcione PMDB

Julia Marinho PSC

Simone Morgado PMDB

PARANÁ 

Christiane Yared PTN

Leandre PV

PERNAMBUCO

Luciana Santos PCdoB

PIAUÍ

Iracema Portella PP

Rejane Dias PT

RIO DE JANEIRO

Benedita da Silva PT

Clarissa Garotinho PR

Cristiane Brasil PTB

Jandira Feghali PCdoB

Rosângela Gomes PRB

Soraya Santos PMDB

RIO GRANDE DO NORTE

Dra. Zenaide PR

RIO GRANDE DO SUL

Maria do Rosário PT

RONDÔNIA

Mariana Carvalho PSDB

Marinha Raupp PMDB

RORAIMA

Maria Helena PSB

Shéridan PSDB – foi a mais votada do estado, com 35 mil votos

SANTA CATARINA

Carmen Zanotto PPS

Geovânia de Sá PSDB

SÃO PAULO

Ana Perugini PT

Bruna Furlan PSDB

Luiza Erundina PSB

Mara Gabrilli PSDB

Ota PSB

Renata Abreu PTN

TOCANTINS 

Dulce Miranda PMDB

Josy Nunes PMDB

Professora Dorinha DEM

Adicionar comentário