São Paulo receberá congresso sobre farmácia em transformação
Evento reunirá profissionais para tratar de um novo papel e funcionamento das farmácias brasileiras que agora têm muito mais a oferecer à população, além do comércio. Os farmacêuticos debatem formas de ajudar a construir essa nova cultura
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A cidade de São Paulo sediará, em outubro, o I Congresso Farmácia Estabelecimento de Saúde. O evento é uma iniciativa do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP), o Conselho Federal de Farmácia (CFF), Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar) e Sindicato dos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sinfar-SP).
O objetivo do congresso é reunir farmacêuticos, empresários e lideranças para discutir o que de mais atual há em relação às diversas formas de atrelar prestação de serviços, empreendedorismo e ideias inovadoras com foco na saúde, sem deixar de lado os aspectos relacionados à gestão do negócio.
Para o presidente do CRF-SP, Pedro Menegasso, as entidades farmacêuticas têm se dedicado, nos último anos, “a mostrar para a sociedade que a farmácia é um estabelecimento de saúde e a importância da presença do farmacêutico”. Contudo, avalia, “o que temos visto é que não há farmácias trilhando este caminho ou tentando implantar mecanismos que se aproximem deste conceito”.
Menegasso explica que há uma “ojeriza por parte dos proprietários, que pensam que queremos estatizar a farmácia e acabar com o objetivo deles que é vender medicamentos. Por isso, o Congresso pretende convidar os proprietários de farmácias e as empresas que fornecem os produtos para a farmácia, e fazer um debate junto com os farmacêuticos para mostrar que existe alternativa e que você não vai ganhar menos dinheiro e que a farmácia não vai ser um fracasso, mas um sucesso. Queremos é mudar o foco do estabelecimento meramente comercial e que renega o papel do farmacêutico, gerando a precarização do trabalho do farmacêutico dentro destes estabelecimentos – ele ganha mal, tem péssimas condições de trabalho, a equipe trabalha de costas para ele, porque o dono gosta mais do balconista que empurra do que do farmacêutico que orienta”, disse.
Segundo o material de divulgação do evento, “a farmácia está em um momento de transformação em que a população passa a enxergá-la como um estabelecimento de saúde e não apenas como um comércio. Protagonista nesse contexto, o farmacêutico tem assumido a cada dia uma postura proativa que alia conhecimento técnico à atuação multidisciplinar e humanista. A participação no congresso irá além da discussão sobre um modelo de farmácia ideal, será o momento de conhecer experiências exitosas de farmacêuticos de várias regiões do país que nas farmácias em que atuam já exploram novos nichos e, o mais importante, com sucesso. Além disso, serão apresentadas alternativas em áreas pouco exploradas, mas que podem ser fundamentais para ratificar a farmácia como estabelecimento de saúde".
Luta no Congresso Nacional
Para a diretora de Organização Sindical da Fenafar, Débora Melecchi, “a realização do I Congresso Farmácia Estabelecimento de Saúde é estratégico para impulsionar a discussão do tema no Congresso Nacional, e se ter a vitória da aprovação da subemenda aglutinativa ao PL 4385/04”.
Na avaliação da diretora da Fenafar, “a categoria farmacêutica renovou e mostrou sua força de mobilização para se buscar a aprovação da transformação da farmácia em estabelecimento de saúde”. Ela citou as várias mobilizações realizadas em Brasília, o acompanhamento semanal da tramitação do projeto no Congresso, e o ato político do dia 14/5. “Atividades que comprovam o compromisso e responsabilidade dos farmacêuticos brasileiros, que trazem nesta luta muito além da valorização profissional, mas buscam o respeito ao cidadão brasileiro que tem por direito legal o acesso à assistência farmacêutica integral e de qualidade”, avalia.
Além disto, lembra Débora Melecchi, “este congresso se realiza no momento em que se completam, no Brasil, 10 anos da Política Nacional de Assistência Farmacêutica, que claramente demonstra os avanços, tanto no aspecto de gestão geral, do trabalho multidisciplinar e transversal, e no acesso racional aos medicamentos, o que tem impacto e relação direta com o papel dos estabelecimentos farmacêuticos”.
A diretora da Fenafar destacou, ainda, que o Congresso acontece em um ano eleitoral “e, portanto, a pressão e qualidade das intervenções dos farmacêuticos, e pelo fato dos usuários estarem mais atentos aos seus direitos, pode mover as forças políticas no sentido de atender as demandas do povo brasileiro e, por tabela, trazer a valorização do trabalho farmacêutico. Por tudo isso, a Fenafar está participando efetivamente da organização do Congresso e nos faremos presentes”.
Redação Fenafar
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