Semana de Arte Moderna de 2022: unir para reinventar
Comunicação SEESP
O pré-lançamento da Semana de Arte Moderna de 2022 foi pauta nesta quarta-feira (16/12) durante a 17a. Jornada da CNTU. O evento é transmitido online pelo canal do Youtube da confederação ao longo do dia.
Sob a coordenação de José Carrijo Brom, diretor da confederação e presidente da Federação Interestadual dos Odontologistas (FIO), a mesa contou com a participação da arquiteta e urbanista Erminia Maricato, coordenadora do BR Cidades; do sociólogo, poeta, especialista e curador em políticas culturais Hamilton Faria; do compositor, saxofonista e escritor Livio Tragtenberg; do cineasta Silvio Tendler, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ); do dramaturgo e ator José Celso Martinez Corrêa, diretor do Teatro Oficina; e do arquiteto e urbanista envolvido no projeto de revitalização do Bixiga, Massafumi Yamato.
Erminia Maricato saudou o tema central da 17a. Jornada da CNTU - "2022: O Brasil mudando de pele": "Não dá para continuar com a mesma pele. O mundo está mudando e o País também. Temos a necessidade de reinventar a democracia brasileira, renovar, reconstruir."
Ela lembrou que hoje 85% da população brasileira se encontrar na área urbana, cujas desigualdades sociais têm o peso de 388 anos de escravidão, mais de 400 anos de hegemonia agrária exportadora e 322 anos de dominação colonial.
Na sua ótica, portanto, "nessa luta pela redemocratização", é fundamental considerar a importância "das cidades, do poder local, do território".
"Quero aqui defender a unidade das forças progressistas, democráticas", enfatizou, afirmando o papel essencial da CNTU como parte dessa articulação, em que é necessário "construir a disputa de narrativas". "Precisamos fazer um movimento paulofreiriano à ampliação do conhecimento, reconhecimento da realidade brasileira, porque é muita ideia fora do lugar, fake news. Levar campanha de informação aos bairros, igrejas, praças, mas ter um esforço especial em direção aos jovens", propugnou a coordenadora do BR Cidades. E foi categórica: "As cidades importam. Precisamos falar com o nosso povo."
José Celso Martinez Corrêa trouxe a ideia de uma modernidade que retorne às origens, incorporando a "cosmovisão dos indígenas, fazendo essa antropofagia se despojando de uma série de porcarias. Construir uma sociedade mais ligada à natureza, que está sendo assassinada neste momento, sobretudo com esse desgoverno". Nessa conjuntura, ele lembrou da "destruição de todo o aparelho cultural brasileiro". Não obstante, vaticinou: "A cultura está viva. Temos que fazer uma grande mudança ecológica, sempre de baixo para cima." Nessa situação de pandemia e racismo, nas suas palavras, é mister acordar para outra maneira de ser moderno.
Confira a mesa "Pré-lançamento da Semana de Arte Moderna de 2022: unir para reinventar" na íntegra:
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