Fidel dedica artigo ao BRICS de Fortaleza
Bastaria somar os habitantes de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul para compreender que totalizam neste momento a metade da população mundial, diz comandante
O comandante cubano, Fidel Castro, dedicou seu artigo no jornal Gramma, de 21 de julho, a refletir sobre a importância do encontro do BRICS, bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China, e Africa do Sul e que se reuniu em Fortaleza em meados deste mês. Ele saudou a assinatura do Acordo constitutivo do Novo Banco de Desenvolvimento, com a finalidade de mobilizar recursos para projetos de infraestrutura e de desenvolvimento sustentável dos países Brics e outras economias emergentes e em desenvolvimento. Mas especialmente se deteve na declaração assinada entre os dirigentes para apontar seu alcance. "Os Brics propõem uma maior coordenação macroeconômica entre as principais economias, em particular no G-20, como um fator fundamental para o fortalecimento das perspectivas de uma recuperação efetiva e sustentável em todo o mundo".
Alguns aspectos da organização econômica foram ressaltados, com o reconhecimento que o BRICS faz do importante papel que as empresas estatais desempenham na economia; assim como o das pequenas e médias empresas como criadores de empreg"o e riqueza. Outros sobre a governança mundial lhe chamaram a atenção, como a necessidade de uma reforma integral das Nações Unidas, incluído seu Conselho de Segurança, com a finalidade de torná-lo mais representativo, eficaz e eficiente, de maneira que possa responder adequadamente aos desafios globais.
O documento do BRICS não se furta a tratar dos problemas geopolíticos e dos conflitos atuais, na Siria, Ucránia, Iraque, assumindo o combate ao terrorismo. Fidel destaca o compromisso dos dirigente de contribuir a uma justa e duradoura solução global do conflito árabe-israelense sobre a base do marco legal internacional universalmente reconhecido, incluindo as resoluções pertinentes das Nações Unidas, os Princípios de Madri e a Iniciativa de Paz Árabe; e expressaram apoio à convocação, na data mais próxima possível, da Conferência sobre o estabelecimento de uma zona do Oriente Médio livre de armas nucleares e outras armas de destruição em massa.
A preocupação ambiental é outro aspecto verificado no BRICS, com o chamamento a todos os países a construir sobre as decisões adotadas na Convenção Marco das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (CMNUCC), com vistas a chegar a uma conclusão exitosa para o ano de 2015, ressaltando o princípio das responsabilidades comuns mas diferenciadas e suas respectivas capacidades.
Fidel observa que, na declaração que defende maior participação de outros países, especialmente os que lutam por seu desenvolvimento com vistas a fomentar a cooperação e a solidariedade com os povos e de modo particular com os da América do Sul, assinala-se em um significativo parágrafo que os Brics reconhecem em particular a importância da União das Nações Sul-americanas (Unasul) na promoção da paz e da democracia na região, na conquista do desenvolvimento sustentável e na erradicação da pobreza.
Fidel pensava que nos dias subsequentes haveria um pouco mais de análise séria sobre a importância da Cúpula dos Brics. Como ele diz, "bastaria somar os habitantes de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul para compreender que totalizam neste momento a metade da população mundial". Sobre o peso e a importância dos acordos feitos no BRICS, ele pondera: "Os grandes acontecimentos da história não se forjam em um dia."
CNTU
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