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15/07/14

Movimentos sociais e sindicais se reúnem no Brics

A criação de um banco de desenvolvimento foi motivo de atenção e esforço de articulação entre os movimentos, para influenciar modelo. Outras reivindicações incluiram combate à violência contra as mulheres e solidariedade à Gaza.

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A capital cearense, que recebe a 6ª Conferência de Cúpula do Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul  –, também recebe o seminário sobre o desenvolvimento do País, articulado por movimentos sociais. A programação inclui debates sobre respeito aos direitos humanos nos países envolvidos, desigualdades socioambientais e direitos das mulheres, dentre outros.

A vice-presidente da CNTU, Gilda Almeida, explica que o movimento sindical também discute sua pauta ao realizar o Brics Sindical, organizado pelas centrais sindicais. Um dos pontos de grande interesse do movimento é a criação de um banco de desenvolvimento, que ajude a proteger os países do bloco mas também funcione mundialmente, com novos arranjos que não precisem se apoiar no euro ou dólar e que funcione como um fundo anticrise para os países membros. Durante a Conferência de Cúpula, o Brisc deve assinar o acordo para a criação do banco, nos moldes do Banco Mundial, e um tratado para criação do Arranjo de Contingente de Reservas.

No primeiro dia do evento, a presidente Dilma Rousseff se reuniu com o mandatário da Russia, Wladimir Putin, e discutiu a proposta que chamou de um Fundo Monetário Internacional (FMI) "multilateral". Além de defender o crescimento da cooperação no bloco, com prioridade aos povos, ela disse que "o mesmo ocorre em relação em todas as situações internacionais, em especial nas econômicas, como única maneira de tornar, por exemplo, o FMI um mecanismo realmente multilareral".

Presente no Brics Sindical, o secretário de Relações Internacionais da CTB, Divanilton Pereira, diz que os trabalhadores vêem a constituição de um banco de fomento, pelo Brics, como uma possibilidade política estratégica muito interessante. Para ele, o banco deve não só atender aos ditos países emergentes que compõem o bloco, mas atuar mais amplamente para se constituir numa alternativa ao FMI e ao Banco Mundial, além de estabelecer relações comerciais e financeiras que não sejam intermediadas pelo padrão dólar ou euro.

Outro aspecto, segundo ele, é que o Banco do Brics teria "um foco de investimento, especialmente em infraestrutura, que deve propiciar o combustível para realizar projetos nacionais soberanos e elevar a capacidade produtiva desses países, de forma que não fiquem reféns das exigências das potências capitalistas e, também, das velhas e falidas receitas do FMI que nós já conhecemos e que estão sendo impostas atualmente na Europa". Como frisou: "O socorro, ou seja os empréstimos, são condicionados à perda de soberania e submissão aos interesses rentistas internacionais. Este banco, do Brics, tem de ser diferente, porque vem para fomentar a logística e infraestrutura destes países".

Iniciativas e articulações dos movimentos

“Se existe hoje um contraponto do ponto de vista da geopolítica internacional à hegemonia estadunidense é onde o Brics atua”, afirmou Ademar Mineiro, da Rede Brasileira Pela Integração dos Povos (Rebrip), nesta segunda-feira à noite, durante a abertura do encontro “Diálogos sobre desenvolvimento, O Brics na perspectiva dos povos”. Segundo Ademar, a postura assumida pelo bloco em defesa da Palestina e da reforma das instituições financeiras internacionais são dois exemplos disso. Os manifestantes querem que o Brics se posicione contra o massacre do povo palestino e rompa contratos como a compra de armas, tecnologia de vigilância e produtos de empresas israelenses que apoiam o bloqueio à Gaza.

Para a Marcha Mundial das Mulheres (MMM), o encontro de civis paralelo a Cúpula do Brics é o momento para denunciar mais uma vez as ofensivas do capitalismo patriarcal contra a natureza, os direitos das trabalhadoras, o controle sobre o corpo e a vida das mulheres. Adriana Vieira, da MMM, explica que: “a intenção é trazer maior qualidade às nossas denúncias e alternativas às estruturas que organizam o atual modelo e incidir sobre o modo como têm se processado a política externa brasileira e os jogos políticos e econômicos daí resultantes”.

A Articulação das Mulheres Brasileiras (AMB) aponta o fato de que todos os países do bloco têm alto grau de desigualdade e violência, especialmente contra as mulheres, e que a atuação do bloco vai depender muito da capacidade de mobilização de seus povos para disputar os rumos de seus governos e das articulações internacionais. Uma articulação da sociedade civil, através do diálogo entre os movimentos sociais do bloco, pode fazer toda diferença, segundo a rede feminista.

O Comitê Popular da Copa também participa dos encontros da sociedade civil e, em conjunto com outras entidades, como a Rede Jubileu Sul Brasil, lançará cartilha sobre os impactos da Copa. “Os temas estão relacionados. Vamos discutir o legado, os países que exploram, os gastos etc”, diz o integrante da Rede Jubileu Sul Brasil, Francisco Vladimir Lima da Silva.

O tema dos megaeventos esportivos é de grande interesse, especialmente para o Brasil e Russia. O país de Putin vai hospedar a pŕoxima Copa do Mundo, e diz que o Brasil elevou o padrão do evento, aumentando também os desafios para a próxima sede. Já o Brasil vai realizar as próximas Olimpíadas, um evento que a Russia já hospedou e tem experiência a compartilhar.

No encerramento do encontro do Brics, em Brasília, haverá ato público para pedir asilo para o ex-colaborador da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos, Edward Snowden, que denunciou ações de espionagem cibernética norte-americana. Ativistas entregarão uma carta ao governo brasileiro, na próxima quarta-feira (16), às 11h, no Ministério da Justiça, em apoio a Snowden.

Conheça a história da Ação Sindical no Brics

Redação



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