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25/11/13

Fenafar debate desafios da política nacional

Na pauta, o papel da entidade após os desdobramentos de junho, os cinco pactos propostos pela presidenta Dilma em resposta aos protestos (responsabilidade fiscal, mobilidade urbana, educação, saúde e reforma polític

Durante a manhã de sábado (23/11), a diretoria executiva da Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar) se reuniu no Hotel Lorena, em São Paulo (SP). Na pauta, a conjuntura político-econômica do país e do mundo e os desdobramentos para o cenário de 2014, quando ocorrerão eleições em todo o país. “As ruas em junho provocaram cinco pactos propostos pela presidenta Dilma, que estão em discussão. Uma delas, é o pacto pela responsabilidade fiscal, que é uma espécie de segunda Carta aos Brasileiros, uma sinalização ao sistema financeiro que não permitirá que nenhum projeto de lei que represente acréscimo ao orçamento do governo seja aprovado no Congresso Nacional”, afirmou Ronald Ferreira dos Santos, presidente da Fenafar.

Além da responsabilidade fiscal, compõem os cinco pactos: mobilidade urbana, educação, saúde e plebiscito da reforma política.

Ronald lembrou que tanto no 7º Congresso da Fenafar, quanto na última reunião da diretoria, em maio deste ano, foram definidas diretrizes da entidade as quais são muito semelhantes às que foram ecoadas nas ruas: saúde, educação e serviços públicos de qualidade. De acordo com sua análise, o que foi mais determinante no processo político do país não foi a movimentação partidária, mas sim as manifestações de junho. Portanto, toda avaliação de conjuntura deve levar em conta o protagonismo dos movimentos sociais. ”A Fenafar teve participação nesse movimento que tem ainda grande impacto na composição e mobilização das diferentes forças políticas nacionais e também nos estados”, completou, pontuando que é preciso saber quais são os interesses econômicos dessas forças nos estados e quais são as vinculações dessas forças com o debate nacional, além de ter como referencia política nacional a construção coletiva da categoria.

Diante desse panorama, duas posições estarão sendo confrontadas em 2014: as que defendem o capital financeiro como principal agente beneficiado pelo sistema econômico brasileiro e as que defendem a ampliação dos direitos sociais. Nesta semana, o governo federal já deu sinais que seguirá esse pacto anunciado pela presidenta Dilma, em rede nacional de rádio e TV, com a proposta feita pelo governo durante a votação da LDO, de redução de superávit primário, o que contraria o capital especulativo. No entanto, no dia seguinte, assistimos a ‘entrega’ dos aeroportos do Galeão e Confins à iniciativa privada. Ou seja, há um cenário bastante contraditório, o qual uma das principais medidas de boa parte das forças que se dedicam a apresentar alternativas a essa imobilidade nas questões sociais é a “resistência avassaladora, com ofensiva do capital, apontando como possibilidade de enfrentamento o crescimento econômico com aumento de renda”.

Foi colocado ainda que existe a necessidade de um novo projeto nacional de desenvolvimento, que leve em conta o crescimento econômico. “Sem conseguir produzir riqueza, o país permanecerá vulnerável. O estado de bem-estar social ruindo na Europa é o exemplo mais concreto de que quem paga a conta da crise é o povo”, alertou Ronald.

Tanto Ronald quanto Rilke expusaram a necessidade da Fenafar se manter antenada com o contexto político e econômico do país e do mundo e que a cada 3 anos temos que nos debruçar sobre ele e construir propostas coletivamente com proposições para enfrentar as forças antagônicas. "A intervenção da nossa entidade, enquanto entidade sindical, de se incorporar cada vez mais na agenda da classe trabalhadora e que, passadas as manifestações de junho, tomou para si algumas palavras de ordem: como a unidade da classe trabalhadora. É preciso construir um centro de afinidade de posições mais progressistas com partidos políticos, movimentos, organizações, intelectuais, acadêmicos para poder enfrentar a avalanche do capital financeiro", disse Ronald.

PIG

Outro ponto destacado foi o avanço da grande mídia capitalista, conhecida por Partido da Imprensa Golpista (PIG), que vem agindo de forma partidária, em oposição aos governos progressistas a frente do país nos últimos 10 anos, e que agem ocupando um espaço vazio deixado pelos partidos de direita - de oposição – como DEM, PSDB e PPS. “Quem assiste os telejornais acredita que o país enfrenta uma das maiores das crises”, lamentou o presidente da Fenafar.

O primeiro vice-presidente da entidade, Rilke Novato Públio, concorda que as manchetes da grande mídia não refletem o panorama real e alertou para o poder da grande mídia: "Quem lê e vê a grande mídia tem outra visão, percebe que os partidos de direita não estão nada fragilizados. Estão ocorrendo situações absurdas, como ao chamado propinoduto tucano e o desvio de recursos das obras do Metrô de São Paulo, juntamente com a iniciativa privada e que há inúmeras provas. Por outro lado, essa mídia contibuiu para pressionar pela condenação injusta dos envolvidos na Ação Penal 470, o chamado mensalão", exclamou, referindo-se ao PIG, que representa os interesses do capital, e que estará cada vez mais forte, diante do enfraquecimento dos partidos de oposição (DEM, PSDB por exemplo).

Mas, Rilke chamou a atenção para o fato de que as elites do país ainda dominam o cenário. “Ao contrário das manchetes da imprensa, o país está caminhando, é fato. Mas estamos em meio a uma crise de identidade e é preciso resolvê-la para continuar a avançar. Ganhar as eleições de Lula não significou ganhar o poder, que ainda está concentrado nas mãos de uma elite econômica. Fazer reverter esse quadro não se dá da noite para o dia. Mas, estamos às vésperas de uma eleição muito decisiva. E sem divida nenhuma uma entidade como a Fenafar, que tem papel relevante no cenário nacional, precisa assumir responsabilidade e o seu papel de representante da classe trabalhadora”, destacou Rilke.

Crise do capital

O capitalismo passa atualmente por uma das maiores crises de seu sistema atualmente. E sabe-se que, o primeiro a sentir, é o trabalhador que tem corte de direitos e de salário. E para superar o cenário de crise, os detentores do capital expandem mercado e avançam também na área da saúde.

Foi lembrado o cenário de crise internacional que abateu toda a União Europeia deixando a população de países, como Grécia e Portugal, em situação de desemprego, endividamento e empobrecimento.

Para reduzir os impactos sobre a população é necessário uma maior intervenção do Estado, com valorização do trabalho, investindo no setor produtivo brasileiro e, assim, revertendo o atual processo de desindustrialização. Mas, foi lembrado que o conjunto de forças está absolutamente disperso, o que vai garantir a vitória e alguns retrocessos no sentido da orientação de um projeto nacional de desenvolvimento.

“A conjuntura nos impõe algumas questões fundamentais como a formação de um centro de afinidade de forças progressista, que leve em conta as questões primordiais como aumento da taxa de investimento, valorização do trabalho, do mercado interno brasileiro, bem como a presença e fortalecimento do Estado e suas responsabilidades. Somente com a união dessas forças será possível avançar nas conquistas para o povo brasileiro”, enfatizou Ronald Ferreira.

Durante a reunião foi lembrada a importância de haver o contraponto ao capital, como a manifestação promovida pelas centrais sindicais em frente ao Banco Central, em Brasília, na terça-feira (26/11), às 10h, contra os juros altos. Atos como esse contribuem para combater o tripé da economia neoliberal, herança do governo FHC: juros altos, superávit primário e responsabilidade fiscal.

Internacional

O primeiro vice-presidente da Fenafar, Rilke Novato Públio, fez uma análise da conjuntura internacional apontando as limitações do governo de Barack Obama, nos Estados Unidos, de modo que os EUA vêm reproduzindo ações do governo Bush. Lembrou, ainda, a questão da espionagem trazida à tona por Eduard Snowden, ex-técnico da empresa de vigilância NSA, braço da CIA, da existência de uma rede global de espionagem internacional, encabeçada pelo governo estadunidense, que atinge o governo brasileiro e empresas e mercados estratégicos como a Petrobras.

Já Ronald falou dos ataques estratégicos dos EUA como na Síria, que nada mais é do que a reação capitalista diante da crise.

A reunião continuou durante à tarde deste sábado quando foi discutido o planejamento estratégico da gestão 2012-2015. 

Deborah Moreira



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