ico mapa site Mapa do Site            ico rss Assine nosso Feed              yt ico
16/06/15

A inflação renitente

João Guilherme Vargas Netto

Embora não seja um indicador de estouro da inflação e dependa de fatores sazonais e específicos, a renitência do índice é preocupante devido ao tratamento que o Banco Central tem dado à moeda

 16062015-131740-inflacao16062015-131740-inflacao

Das muitas interrogações sobre a economia brasileira na atual conjuntura, uma das que mais me intriga é a renitência da inflação.

Todas as medições efetuadas revelam um índice inflacionário superior ao centro da meta de 4,5%. Embora não seja um indicador de estouro da inflação e dependa de fatores sazonais e específicos, a renitência do índice é preocupante devido ao tratamento que o Banco Central tem dado à moeda: juros em alta crescente (a maior taxa Selic dos anos recentes) e as correlatas quedas no crescimento, no crédito e no consumo, e o aumento do desemprego.

É o tiro de canhão para matar passarinho, mas o pássaro tem resistido enquanto tudo ao seu redor se desmorona.

Durante alguns anos o rumo da economia brasileira destoou do rumo de algumas grandes economias mundiais pelo fato de que enfrentamos a crise com mais desenvolvimento, mais emprego e mais salário em conjunturas favoráveis ao movimento sindical, sem restrições e cortes.

Agora, igualmente, estamos na contramão do mundo no que se refere a juros e inflação. Enquanto as grandes economias têm juros básicos quase nulos e a inflação é baixa (em alguns casos chega haver deflação), aqui no Brasil persiste a contradição de juros altos e inflação renitente.

Alguns especialistas já advertem para o exagero da política monetária em curso e os preços administrados (por exemplo, o reajuste de mais de 13% nos planos de saúde) começam a ser vistos como “carregadores” de inflação, ao lado dos ganhos salariais.

E é sobre estes que se exerce a pressão maior e que se faz sentir nas negociações salariais em curso. Grandes categorias, como os trabalhadores da construção civil de São Paulo, que vinham acumulando ganhos reais na última década, conseguiram apenas a reposição da inflação, sem ganhos reais; outras, nem mesmo isto.

Fica claro que o tiro de canhão visa matar, muito mais que o passarinho, os ganhos salariais, a começar pelos ganhos reais do salário mínimo.

Nessa conjuntura, apesar das muitas interrogações e da campanha antissindical que a mídia alimenta, o bom senso e o instinto de classe devem predominar e fazer com que as direções do movimento sindical se unam, sem politiquices, em defesa dos interesses comuns dos trabalhadores.

 



+ Artigos

Adicionar comentário

Ações

Uma iniciativa da CNTU em prol do desenvolvimento nacional e do bem-estar da população. São oito temas para ajudar a mudar o Brasil.

Saiba mais

Biblioteca CNTU

Um espaço para você encontrar facilmente informações organizadas em apresentações, artigos, legislações e publicações.

Saiba mais

AGENDA

 SDS Edifício Eldorado, sala 108 - Brasília/DF

Tel (61) 3225-2288

© Copyright 2015 - Confederação Nacional dos Trabalhadores
Liberais Universitários Regulamentados 
Fundada em 27 de dezembro de 2006.