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06/02/20

Gerar empregos decentes é a prioridade

Murilo Pinheiro

"Não avançaremos em direção a uma nação próspera, desenvolvida e justa fazendo de conta que bico é empreendedorismo e que regressão social e retirada de direitos são soluções modernas”, aponta presidente da CNTU em artigo. 

 

 

 

Num momento em que se avolumam problemas e dramas agudos, o Brasil precisa enfrentar de forma racional e responsável a mazela econômica e social da qual derivam inúmeras outras: o grave desemprego que, apesar de tímida melhora apontada no final de 2019, ainda atinge cerca de 13 milhões de pessoas, e a precarização que contribui para rebaixar o mercado de trabalho e as condições de vida da população. Não avançaremos em direção a uma nação próspera, desenvolvida e justa fazendo de conta que bico é empreendedorismo e que regressão social e retirada de direitos são soluções modernas.

 

Precisamos de mercado interno com poder de compra e força de trabalho qualificada, o que exige remuneração digna e bom atendimento de serviços essenciais pelo Estado, com ênfase em educação e pesquisa. É preciso expandir a economia real e produtiva, recuperar a indústria; abandonar a lavoura arcaica que desmata e escraviza e investir no agronegócio tecnologicamente avançado e socioambientalmente responsável. É preciso escolher o caminho do avanço civilizatório.

 

E nesse caminho é largo o espaço para a engenharia, que, mais do que nunca, deve ter protagonismo do debate sobre os rumos do País. As premissas que vimos defendendo, desde 2006, no âmbito do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” seguem plenamente válidas: promover investimentos públicos que alavanquem as inversões do setor privado; atenção especial à infraestrutura urbana e de produção, essenciais a qualquer projeto de desenvolvimento; e fomento à indústria, com foco nos potenciais nacionais.

 

O desmonte em curso da manufatura brasileira, o esvaziamento do setor de petróleo e o desmanche das grandes construtoras podem ser fatais ao País e tais medidas precisam ser revertidas. Apesar da crise e das dificuldades atuais, o Brasil pode se recuperar, mas isso não acontecerá se se insistir no chamado “austericídio” e na cartilha segundo a qual tudo o que importa é agradar ao sistema financeiro, cujos interesses distanciam-se anos-luz das necessidades da maioria do povo, incluindo-se aqui o contingente de profissionais qualificados, a exemplo dos engenheiros.

 

Entre as bandeiras urgentes que a categoria tem defendido, está a retomada das milhares de obras paralisadas em todo o País. Tal medida teria efeito emergencial de geração de postos diretos e de aquecimento da economia na cadeia produtiva, além de entregar à população importantes equipamentos públicos como escolas e postos de saúde. É necessário que o aquecimento que se vislumbra em alguns setores, como dos empreendimentos imobiliários e da tecnologia da informação, tenha o estímulo correto para que não se torne miragem e possa efetivamente ser uma opção aos jovens engenheiros que estão ingressando no mercado de trabalho. Esses têm enorme contribuição a dar à sociedade brasileira com seu trabalho e conhecimento. Que eles tenham oportunidade para tanto!

 

 

 

 

*Murilo Pinheiro é presidente da CNTU e da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE). Texto originalmente publicado no editorial do Jornal do Engenheiro, do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (SEESP), edição fevereiro/2020.

 

 

 

 

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